A vida de Esther Dias de Assis dos Santos, de apenas 10 anos, foi brutalmente interrompida na volta de uma festa de Páscoa na escola. Um tiro de fuzil, disparado durante um confronto entre traficantes rivais em Madureira, Zona Norte do Rio, tirou sua vida e deixou uma dor profunda em sua família, especialmente em sua mãe, Thamires de Assis dos Santos.
"Para mim, parece que foi ontem o que aconteceu com ela. Parece que ela foi ontem para a escola e não voltou mais. Não tem sido fácil, só estou de pé pelas minhas outras três filhas, mas eu só quero justiça", lamenta Thamires.
A tragédia de Esther não é um caso isolado. O Rio de Janeiro se afunda em um mar de violência, com um crescimento alarmante de mortes violentas contra crianças e mulheres. De acordo com um relatório, entre 2022 e 2023, houve um aumento de 131% nas mortes violentas de crianças no estado. Foram 37 crianças de 0 a 11 anos mortas por armas de fogo em apenas um ano. E até 17 anos, foram mais de 200 mortes – um aumento de 31%.
Esse cenário terrível se completa com o aumento da violência contra mulheres. Apesar de uma queda de 10,8% nos feminicídios, o Rio de Janeiro se manteve no segundo lugar no ranking de estados com mais casos registrados em 2023, com 99 vítimas. O estado também é o que mais registra tentativas de feminicídio, com 308 casos em 2023 – uma média de 3,6 casos por 100 mil habitantes. No total, foram registrados 27 mil casos de violência doméstica no mesmo ano.
A família de Esther ainda busca respostas sobre o crime. A Polícia Civil informou que a investigação foi concluída com o indiciamento de quatro homens e um adolescente. No entanto, a dor da perda e a busca por justiça permanecem.
A história de Esther é um retrato cruel da realidade do Rio de Janeiro, onde a violência impera e ceifa vidas inocentes. É urgente que as autoridades tomem medidas efetivas para combater essa brutalidade e garantir a segurança da população, especialmente das crianças e mulheres.