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Até hoje vivemos 'O Dia Seguinte', por Bia Nunes

Ao fechar meus olhos, vejo esse povo sem destino, subindo os morros, buscando refúgio nos quilombos já estabelecidos, sem perspectiva e sem direção. Sem direito a educação ou qualquer condições mínimas que lhe lhe garantisse um pouco de dignidade.

Maurício Júnior
Por: Maurício Júnior
17/05/2021 às 01h00
Até hoje vivemos 'O Dia Seguinte', por Bia Nunes
O Dia seguinte / Reprodução / Internet

Nestas palavras partilho com vocês Minha visão a cerca do DIA SEGUINTE! Os trechos que irei dividir com vocês são referentes ao livro O Dia Seguinte! Neste livro falo de meu ponto de vista em relação a 14 de Maio de 1888, o dia seguinte a assinatura da Lei Áurea.

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Aproveito também para elucidar a cerca da Lei do Ventre Livre e a lei do Sexagenário. Pois quando nos referimos a ambas, é necessário ressaltar as lacunas que cada uma destas leis deixaram em nossa sociedade, ou seja, uma dizia que toda criança nascida após aquela data estaria livre, a lei só não estabelece como ficaria a situação dessa criança, uma vez que sua mãe continuava escravizada e na lógica a maioria destas crianças continuavam em condições de "escravizadas". 

Pois suas mães continuavam cuidando das senzalas, no canavial, no cafezal, cuidando e amamentando os filhos da Sinhá, cuidando da casa grande e etc. etc. e etc.... A outra lei da Sexagenário dizia que todos os homens e mulheres ao completar os 60 anos estariam livre, mais livre sem saúde, sem moradia, sem educação, e sem condições dignas de sobrevivência.

Para onde você acha que iam estas pessoas? E aí chega o tão "sonhado" dia 13 de Maio,  após muita mobilização, articulação e pressão do movimento Abolicionista, assim como também a pressão externa de outras nações. A história conta que essa data foi muito comemorada, porém a minha pergunta é: como foi o dia seguinte? Legalmente o Brasil havia estabelecido a libertação,  na prática estes homens, mulheres, jovens, crianças e idosos estavam presos ao estigma que iria perdurar até os dias de hoje.

Sem moradia ou sequer direito a uma vida digna, sem emprego ou qualquer outro direito social, para onde foram estas famílias? Estas pessoas?

Ao fechar meus olhos, vejo esse povo sem destino, subindo os morros, buscando refúgio nos quilombos já estabelecidos, sem perspectiva e sem direção. Sem direito a educação ou qualquer condições mínimas que lhe lhe garantisse um pouco de dignidade.

O dia Seguinte foi agastado de muita emoção, medo, satisfação e insatisfação, bloqueio, pânico, esperança e de uma luta que permeia até a presente data.

Conseguimos vê até os dias de hoje, esse povo sem políticas públicas eficazes, vivendo total descaso das autoridades, sem saneamento básico, educação com qualidade, sem saúde, sem emprego e sem respeito.

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Pois em meu ponto de Vista, até hoje vivemos O Dia Seguinte.

Texto: Bia Nunes

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Bia Nunes
Bia Nunes
Bia Nunes é militante de Direitos Humanos, ex-conselheira tutelar e moradora de Magé.
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