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Acordo de Livre Comércio Uruguai e China, o que está em Jogo? Entenda!

A avaliação no governo brasileiro é que o possível acordo entre uruguaios e chineses abalaria o Mercosul, pois colocaria em xeque a Tarifa Externa Comum usada pelos países do bloco Sulamericano para transações entre si.

Maurício Júnior
Por: Maurício Júnior
25/01/2023 às 09h27 Atualizada em 27/01/2023 às 21h05
Acordo de Livre Comércio Uruguai e China, o que está em Jogo? Entenda!
Foto: Divulgação / Reprodução

O atual presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Montevidéu, Uruguai na manhã desta quarta-feira (25/1), com uma difícil missão que é tentar brecar as negociações entre Uruguai e China para um acordo de livre comércio.

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O artigo aborda:

  1. Lula quer Mercosul como Prioridade
  2. Lula não tem como interferir no Acordo
  3. Acordo Uruguai-China em Debate
  4. Investimento da China no Brasil 2021
  5. Investimento Chinês ao Redor do Mundo

A avaliação no governo brasileiro é que o possível acordo entre uruguaios e chineses abalaria o Mercosul, pois colocaria em xeque a Tarifa Externa Comum usada pelos países do bloco Sulamericano para transações entre si.

“É uma visita para fortalecer o Mercosul. Acredito que a América do Sul e o destino de sucesso dela passam pelo fortalecimento do bloco econômico”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acompanha Lula em Montevidéu.

Por que Lula é contra Acordo Uruguai-China de Livre Comércio

As negociações do Uruguai de firmar um tratado de livre-comércio com a China é um dos temas centrais da viagem de Lula ao país vizinho. A possibilidade de o Uruguai ter uma relação comercial mais estreita com os asiáticos, sem a participação de outros países do Mercosul (Argentina, Brasil e Paraguai), tem causado incômodo aos demais membros.

A avaliação é que as relações comerciais do Mercosul podem ficar enfraquecidas caso a China tenha condições mais favoráveis para negociar dentro do continente. Fernández é contrário à proposta e, com a posse de Lula, o Brasil passou a questionar a ação com mais ênfase.

Um dos temores de Argentina, Brasil e Paraguai é que o Uruguai possa ter resultados mais positivos por importar produtos fora da Tarifa Externa Comum (TEC), um pacote de taxas que é aplicado em produtos e serviços negociados por todos os membros do Mercosul.

Lula não tem como interferir no acordo China-Uruguai

No entanto é bom destacar que a missão de Lula é para lá de inglória e muito difícil de ser concretizada, por que não se trata de qualquer parceiro internacional e sim do gigante asiático. 

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A China é conhecida por ser a locomotiva do mundo, e justamente por isso está por trás dos maiores investimentos em países de vários continentes do planeta. Difícil segurar esse "apetite", não é mesmo? Lula é realmente um bom articular, mas a ponto de frear um pragmático acordo Chinês? Acho que realmente não é o caso. 

Livre Comércio Uruguai-China em Debate

A parceria de livre comércio entre o Uruguai e a China tem sido um tema importante nos últimos anos, com ambos os países buscando expandir suas relações comerciais e econômicas. A China é atualmente o maior parceiro comercial do Uruguai, e a parceria de livre comércio tem sido vista como uma oportunidade para aumentar ainda mais essa relação.

A China tem investido em turismo no Uruguai, com o objetivo de aumentar o fluxo de turistas chineses para o país. O governo chinês tem incentivado os seus cidadãos a visitar o Uruguai, com a expectativa de que isso possa aumentar a presença econômica da China no país.

Investimento da China no Brasil em 2021

O Brasil foi o principal destino de investimentos da China em 2021, segundo novo estudo do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). Empresas chinesas investiram US$ 5,9 bilhões no país no ano passado, totalizando 28 grandes projetos, os maiores no setor de petróleo, por exemplo. Se estes investimentos são do setor privado, imagina o que não pode fazer o estado chines, quando for de sua vontade.

Os Investimentos Chineses ao Redor do Mundo

Os investimentos chineses em outras nações ao redor do mundo têm crescido significativamente nos últimos anos, com o país se tornando um importante jogador global no cenário econômico. A China tem buscado expandir sua influência econômica e política além de suas fronteiras, investindo em infraestrutura, indústrias e empresas em outros países.

Um dos principais motivos para o crescimento dos investimentos chineses no exterior é a busca por recursos naturais, como petróleo e minério, para suprir as necessidades crescentes da economia chinesa. A China é o maior importador de petróleo do mundo e tem investido em projetos de exploração de petróleo e gás em vários países, incluindo Angola, Brasil, Rússia e Venezuela. Além disso, a China também tem investido em mineração e exploração de minérios em países como Austrália, África do Sul e Peru.

Outro motivo para o crescimento dos investimentos chineses no exterior é a busca por mercados de consumo para as suas exportações. A China é o maior exportador do mundo e tem investido em países com mercados emergentes, como África, América Latina e Oriente Médio, para aumentar sua presença econômica nessas regiões. Além disso, a China tem investido em projetos de infraestrutura, como rodovias, portos e ferrovias, em países como Sri Lanka, Malásia e Indonésia, para facilitar o comércio e aumentar a sua presença econômica nessas regiões.

A China também tem investido em outras áreas, como tecnologia e inovação, para aumentar sua competitividade global. A China tem investido em empresas de tecnologia e inovação em outros países, como Estados Unidos e Europa, para adquirir tecnologia avançada e conhecimento para seus próprios setores de tecnologia. Além disso, a China tem investido em universidades e instituições de pesquisa em outros países, como EUA e Reino Unido, para aumentar a sua capacidade de pesquisa e desenvolvimento.

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Os investimentos chineses no exterior têm gerado preocupações em alguns países, com alguns argumentando que a China está buscando adquirir ativos estratégicos e aumentar sua influência política e econômica em outros países, motivando uma "guerra econômica" entre Estados Unidos e China.

É por esse enorme esforço do governo chinês em ampliar sua influência por meio de sua pujante economia que eu não acredito na possibilidade de Lula reverter esse quadro. Talvez a saída seja aliar-se ao "adversário", formando uma parceria entre o bloco Mercosul e a China: talvez assim perderemos menos, mas só talvez. 

*Maurício Júnior é colunista e trás: notícias, analises e opinião da política nacional no ND1*

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