Relator do caso da farra das diárias da Lava Jato no Tribunal de Contas da União (TCU), o ministro Bruno Dantas votou nesta terça-feira (9) pela condenação do ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos). Dantas foi acompanhado pelos outros quatro ministros e, portanto, Dallagnol está inelegível, informa o site Brasil 247, do jornalista Leonardo Attuch.
O tribunal julgou irregularidades no pagamento de diárias a procuradores da Lava Jato que causaram um prejuízo de cerca de R$ 2,7 milhões aos cofres públicos. Segundo o Ministério Público junto ao TCU, procuradores da força-tarefa poderiam ter usado opções mais econômicas de diárias e passagens. Em vez de serem transferidos para Curitiba, os procuradores recebiam ajuda financeira para trabalhar na capital paranaense, como se estivessem em uma situação transitória.
A escolha de não transferir os procuradores, segundo Dantas, tornou a operação mais custosa. “Opções econômicas e legais havia, e os argumentos apresentados não afastam a viabilidade de sua adoção. O problema não reside propriamente no modelo de força-tarefa (…), mas na reiterada, ao longo de sete anos, inobservância do dever legal de motivar os atos de gestão praticados segundo os princípios da economicidade, da razoabilidade, da impessoalidade, à luz das iniciativas disponíveis".
Dallagnol ataca ministros do TCU: "fui condenado por 4 ministros delatados na Lava Jato"
Pelas redes sociais, o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos) atacou os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU), que votaram unanimemente pela sua condenação no caso da farra das diárias da Lava Jato nesta terça-feira (9).
O ataque foi uma resposta a uma publicação do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que, no início do dia, havia afirmado em seu Twitter: "A farra das diárias da Lava Jato, comandada por Deltan Dallagnol e Rodrigo Janot, será julgada. Prejuízo de 2,6 mi. Deltan foi condenado por mim no CNMP e foi sentenciado a me indenizar e também ao ex-presidente Lula. É ficha suja, inelegível."
O ex-procurador, então, replicou, referindo-se ao julgamento ocorrido hoje e alegando que os ministros foram indicados por políticos 'multi-investigados': "Fui condenado porque combati a corrupção enquanto certos corruptos saem impunes. Fui condenado por 4 ministros delatados na Lava Jato e indicados por pessoas como você, multi-investigados ou acusados que se protegem por meio do foro privilegiado e do aparelhamento dos Tribunais."
Fernando Horta defende punição com cadeia para Dallagnol
Durante participação no programa da TV 247, Horta disse que a condenação pelo TCU é uma punição insuficiente pelos estragos provocados pela Lava Jato e defendeu a prisão de Dallagnol, "para reparar um pouco do mal que causou ao Brasil". "Eu acho que ele deveria ir para a cadeia, e na cadeia ser colocado como advogado gratuito dos presos, para ficar verificando quem tem direito a sair. Usar o seu conhecimento para ajudar um pouco a sociedade de que ele ajudou tanto a solapar. Talvez seja mais ou menos isso que esteja faltando no Brasil", afirmou.
"As provas são claras": Renan lembra frases de Deltan e Janot ao celebrar condenações no TCU
O senador Renan Calheiros comentou a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que condenou nesta terça-feira (9) o ex-procurador Deltan Dallagnol, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e o procurador João Vicente Beraldo Romão a restituir aos cofres públicos R$ 2,8 milhões gastos com diárias e passagens de membros da finada "lava jato".
Pelo Twitter, Renan lembrou declarações de Dallagnol e Janot em defesa da Justiça. "'As provas são claras, basta olhar os processos, as condenações, as evidências'. Deltan em condenações da Lava Jato. 'A régua da Justiça deve ser isonômica e sua força deve se impor a fortes e a fracos, ricos e pobres'. Rodrigo Janot. Falas atuais e oportunas para dois condenados", escreveu o senador alagoano, um dos principais combatentes dos abusos da Lava Jato.