Levantamento encomendado a pedido do portal UOL aponta que os 14 canais do YouTube acusados pela Polícia Federal (PF) de propagar fake news podem ter faturado, juntos, R$ 15,4 milhões em um ano na plataforma.
De acordo com Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor de ciências políticas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), quanto mais um vídeo é visto, maior a chance de o valor crescer.
Para chegar ao valor apontado, a consultoria descobriu o alcance dessas 14 páginas: 9,5 milhões de seguidores. No YouTube, a cada mil visualizações, o usuário pode receber entre US$ 25 centavos [R$ 1,30 na cotação atual] e US$ 4,50 [R$ 23].
Em 16 de agosto, o Superior Tribunal Eleitoral (TSE) ordenou que o YouTube suspendesse os repasses monetizados a essas páginas. Os canais produziram 24 mil vídeos, atingindo 1,4 bilhão de visualizações. O levantamento foi feito pela Consultoria Quaest — especializada em pesquisas, mineração de dados e redes sociais.
Questionado pela reportagem do UOL, o YouTube não comentou os valores apurados pela consultoria, mas afirmou em nota que suspendeu os repasses e que possui o compromisso de contribuir com as autoridades do Brasil.
"Avalio tais medidas como uma terrível censura, muito pior do que nos tempos do AI-5, pois naquele período de censura prévia, os jornalistas ainda podiam mostrar seu material aos censores", comentou Oswaldo Eustáquio ao portal.