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AGU Avalia Recurso ao STF Após Congresso Derrubar Aumento do IOF

Governo ainda decide sobre judicialização para manter equilíbrio fiscal

Elise Ventura
Por: Elise Ventura Fonte: Agência Brasil
26/06/2025 às 17h11
AGU Avalia Recurso ao STF Após Congresso Derrubar Aumento do IOF
Reprodução da internet

A Advocacia-Geral da União (AGU) esclareceu nesta quinta-feira (26) que o governo ainda não decidiu se irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a derrubada do decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida presidencial havia sido derrubada pelo Congresso Nacional na quarta-feira (25).

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A AGU se manifestou após a repercussão da fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, pela manhã, mencionou o STF ou cortes orçamentários como alternativas para manter o equilíbrio fiscal após a derrota no Congresso.

A nota da AGU enfatiza que "não há qualquer decisão tomada" sobre uma possível judicialização do tema. "Todas as questões jurídicas serão abordadas tecnicamente pela AGU, após oitiva da equipe econômica. A comunicação sobre os eventuais desdobramentos jurídicos do caso será feita exclusivamente pelo próprio advogado-geral [Jorge Messias], no momento apropriado", conclui o texto.

Mais cedo, Haddad afirmou que, na opinião dos juristas do governo, a derrubada do decreto é "flagrantemente inconstitucional", mas ressaltou que a decisão final sobre recorrer ao STF cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro defendeu o direito do governo de acionar o Supremo, comparando a situação à derrubada de um veto presidencial: "Nem nós devemos nos ofender quando um veto é derrubado e nem o Congresso pode se ofender quando uma medida é considerada pelo Executivo incoerente com o texto constitucional", disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

A derrubada do decreto do IOF foi um marco, sendo o primeiro decreto presidencial a ser anulado pelo Congresso em 30 anos. Haddad admitiu que o governo foi pego de surpresa pela votação, que foi anunciada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nas redes sociais na noite anterior. Após uma votação expressiva de 383 a 98 na Câmara, o decreto foi rapidamente derrubado no Senado, em uma votação pautada pelo presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), evidenciando a sintonia entre as lideranças do Congresso.

Quem Arca Com a Conta?

Desde a publicação do decreto, o governo vinha buscando medidas compensatórias para evitar a anulação do aumento do IOF, argumentando que a receita seria crucial para o equilíbrio fiscal. No entanto, a maioria do Congresso discorda da elevação das alíquotas como forma de cumprir o arcabouço fiscal, cobrando, em vez disso, cortes de despesas primárias.

Os parlamentares também expressaram insatisfação com o ritmo de liberação de emendas parlamentares e acusam o governo de se articular com o Supremo para bloquear repasses. A narrativa governista de que o Congresso age em prol dos mais ricos também tem gerado descontentamento.

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Por sua vez, o governo defende que o aumento do IOF impacta principalmente as camadas mais ricas da população, sendo necessário para evitar cortes em políticas sociais e contingenciamentos que poderiam afetar o funcionamento da máquina pública.

Nesta quinta-feira, Haddad alertou que, se a derrubada do decreto for mantida, o governo precisará buscar outras fontes de receita, como a taxação de dividendos ou "a questão do petróleo". Caso contrário, a única opção seriam cortes orçamentários. "Vai pesar para todo mundo. Vai faltar recurso para a saúde, para a educação, para o Minha Casa, Minha Vida. Não sei se o Congresso quer isso", afirmou Haddad.

Especialistas consultados pela Agência Brasil indicam que a disputa em torno do IOF definirá a origem dos R$ 20,5 bilhões necessários para cumprir a meta fiscal do orçamento de 2025, especialmente considerando que o governo já bloqueou ou contingenciou R$ 31,3 bilhões em despesas neste ano.

Propostas do Decreto

O decreto derrubado previa diversas mudanças, incluindo:

 * Aumento da taxação de apostas eletrônicas (bets) de 12% para 18%.

 * Aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para fintechs de 9% para 15%, igualando-as aos bancos tradicionais.

 * Taxação de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos atualmente isentos de Imposto de Renda.

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Essas medidas faziam parte de um pacote elaborado pelo Ministério da Fazenda, em conjunto com uma medida provisória, visando reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal.

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