O traficante Gabriel Souza dos Santos, conhecido como Maradona, de 30 anos, foi assassinado com mais de 15 tiros na manhã desta terça-feira (24), em Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio. Ele estava preso em Bangu desde março e foi baleado apenas um dia após ser liberado da prisão na segunda-feira (23). Maradona tinha forte atuação em São Gonçalo, onde já liderou o tráfico em diversas comunidades.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 9h para atender a uma ocorrência na Rua Pacheco da Rocha. Ao chegarem ao local, os militares encontraram Maradona sem vida dentro de um carro. A autoria dos disparos ainda não foi confirmada, mas informações preliminares indicam que o traficante foi executado com mais de 15 disparos de fuzil, com cápsulas de calibre 5.56 recolhidas no local. A Delegacia de Homicídios da Capital foi acionada para perícia e investigação do caso.
Histórico de 'Maradona' no Tráfico e a 'Guerra Sangrenta' em São Gonçalo
Maradona assumiu o comando do tráfico de drogas no Morro da Dita, no bairro do Jóquei, em São Gonçalo, em 2013, após a prisão de seu antecessor, Levi da Cruz Rebello, conhecido como Levi da Alma. No ano seguinte, ele foi preso e, segundo relatos, perdeu o controle do tráfico na região.
Investigações policiais apontam que, mesmo detido em um presídio em Bangu, Maradona teria sido o responsável por organizar uma "guerra sangrenta" na comunidade após perder o controle do tráfico. Ele e seus comparsas teriam orquestrado uma investida contra lideranças criminosas rivais na região, disputando o controle dos pontos de venda de drogas na Amendoeira e arredores. Na época, Maradona e seu grupo eram aliados da facção criminosa Amigo dos Amigos (ADA) e teriam expulsado à força traficantes do Comando Vermelho (CV).
O criminoso morto nesta terça-feira (24) teria tido Alex Moreira Pereira, o Drill, como um de seus principais parceiros. Em 2021, Maradona era acusado de envolvimento em pelo menos dez homicídios em São Gonçalo. Sua última prisão havia ocorrido em março deste ano, quando estava detido na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Ele teve a liberdade concedida por relaxamento de prisão, de acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap-RJ).