A acareação entre o general Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid foi concluída no início da tarde desta terça-feira, 24, durando cerca de duas horas. O encontro, conduzido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi solicitado pela defesa de Braga Netto, que aponta contradições no depoimento de Cid no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
O pedido de acareação foi aprovado por Moraes na semana passada. Entre as informações contestadas pela defesa do ex-ministro da Casa Civil está a alegação de Mauro Cid de que uma reunião teria ocorrido na casa de Braga Netto em novembro de 2022. Segundo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), esse encontro teria sido para discutir o plano "Punhal Verde e Amarelo".
Cid afirmou em depoimento que o general lhe entregou uma quantia em dinheiro, dentro de uma caixa de vinho, para ser repassada a um dos militares das Forças Especiais, conhecidos como "kids pretos". O valor seria destinado ao financiamento da trama golpista.
Braga Netto, que está preso preventivamente no Rio de Janeiro desde 2024 por obstrução à Justiça, chegou acompanhado de seus advogados e não falou com a imprensa, conforme informações do O Estado de S. Paulo. Moraes autorizou a ida do general a Brasília para a acareação.
Além disso, o ministro da Suprema Corte também atendeu ao pedido da defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres para a realização de uma acareação entre ele e o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes.