Em meio a debates sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou ser "muito fácil" elevar tributos no Brasil.
A fala do ministro ocorreu durante uma discussão sobre a reforma do Imposto de Renda, atualmente em tramitação no Congresso Nacional. A proposta do governo é ampliar a isenção do tributo para aqueles que recebem até R$ 5 mil por mês.
"É muito fácil aumentar a alíquota de um imposto. Quantos governos passaram por aqui e aumentaram a alíquota do imposto?
Em vez disso, decidimos corrigir as distorções do sistema atual e ter uma arrecadação compatível com as obrigações assumidas pelo estado brasileiro, muitas das quais não são desse governo", afirmou Haddad.
Nesta quarta-feira (11), o ministro participou de uma audiência pública conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle na Câmara dos Deputados.
A equipe econômica havia decidido elevar o IOF para empresas, operações de câmbio e planos de seguros usados como investimento, visando cumprir a regra fiscal. A estimativa era de que essa medida arrecadaria R$ 61 bilhões em dois anos: R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
Contudo, a forte reação negativa ao aumento do IOF levou o governo a articular um plano alternativo para substituir o decreto de maio. As compensações estudadas incluem uma maior tributação sobre empresas de apostas esportivas, conhecidas como "bets", e o fim da isenção de rendimentos de títulos de renda fixa.
Haddad foi convidado para esclarecer o projeto de isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil e a iniciativa de um novo consignado para trabalhadores com carteira assinada.