O MC Poze do Rodo, preso nesta quinta-feira (29), declarou à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) ter ligação com a facção Comando Vermelho (CV). A informação foi preenchida em uma ficha de admissão no sistema penitenciário fluminense, no campo "ideologia declarada". O g1 teve acesso ao prontuário, no qual o MC marcou a opção CV. Devido a essa declaração, o cantor foi encaminhado à Penitenciária Serrano Neves, conhecida como Bangu 3, no Complexo de Gericinó, uma unidade que abriga membros do Comando Vermelho. A equipe de reportagem tentou contato com a defesa do MC, que optou por não se manifestar.
Poze do Rodo nunca escondeu seu envolvimento passado com a facção. Em entrevista ao programa Profissão Repórter, ele chegou a comentar sobre sua experiência: "Já troquei tiro, fui baleado e preso também. E eu pensei: vou querer ficar nessa vida aqui ou viver uma vida tranquila? Então, eu foquei em viver uma vida tranquila, batalhei e hoje em dia eu passo isso para a molecada: o crime não leva a lugar nenhum".
A Prisão e a Reação do Cantor
A Justiça manteve a prisão do cantor em audiência de custódia realizada na tarde desta quinta-feira (29) na cadeia de Benfica, para onde o MC foi inicialmente levado. A prisão temporária foi cumprida no fim da madrugada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do RJ, na casa de Poze, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Ao sair de casa e ao chegar à Cidade da Polícia, Poze não deu declarações, apenas reclamou de estar algemado.
Durante a transferência para a Polinter, por volta das 11h40, o MC afirmou que sua prisão é uma "perseguição". "Isso é perseguição, mané. Cara de pau, isso aí é perseguição. É indício, mas não tem prova com nada. Manda provar aí", disse o MC, sugerindo que a polícia deveria focar em criminosos e traficantes nas comunidades, e não nele. O advogado Fernando Henrique Cardoso Neves, que representa o cantor, declarou ao g1 que se trata de "uma narrativa antiga".
"Queremos entender o motivo dessa nova prisão. Essa é uma narrativa já antiga. Se ele não for liberado, vamos entrar com um habeas corpus”, afirmou. Poze foi levado para a DRE descalço, sem camisa e com as mãos imobilizadas pelos agentes.