A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), saiu em defesa do ministro Alexandre de Moraes após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmar que o governo do ex-presidente Donald Trump (Partido Republicano) analisa aplicar sanções ao magistrado por violação dos direitos humanos. Em postagem no X, Gleisi classificou como "vergonhosa" a "conspiração de Bolsonaro com a extrema-direita dos EUA em busca de intervenção estrangeira no Judiciário do Brasil". Ela ainda declarou que a "ameaça" de Rubio "merece repúdio" e "evidencia o desespero do réu com o avanço do julgamento dos golpistas".
Na última quarta-feira (21), Rubio havia afirmado durante uma sessão no Congresso norte-americano que "há uma grande possibilidade" de Washington tomar medidas contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). A declaração de Rubio ocorreu após ser questionado pelo deputado republicano Cory Mills se a Casa Branca estudaria alguma medida contra o ministro brasileiro. Mills acusou Moraes de "censura generalizada e perseguição política contra toda a oposição, incluindo jornalistas e cidadãos comuns", mencionando uma "iminente prisão politicamente motivada do ex-presidente [Jair] Bolsonaro [PL]". Ele perguntou a Rubio se consideraria sancionar o ministro sob a Lei Magnitsky.
Lei Magnitsky: Sanções e Acusações de Congressistas Republicanos
A Global Magnitsky Act é uma legislação norte-americana que permite impor punições a pessoas acusadas de violações de direitos humanos. Indivíduos sancionados por essa lei são impedidos de entrar em território norte-americano, têm bens e ativos nos EUA congelados, e ficam proibidos de realizar transações com cidadãos ou empresas do país.
Congressistas republicanos alinhados a Jair Bolsonaro têm acusado Moraes de perseguir politicamente o ex-presidente, censurar empresas norte-americanas e ir contra a liberdade de expressão. Em 20 de março, os deputados Rich McCormick e María Elvira Salazar enviaram uma carta a Trump e a Rubio pedindo que os Estados Unidos aplicassem sanções ao ministro do STF. Desde o ano passado, Moraes tem sido alvo de críticas por parte de membros do governo dos EUA por determinar a suspensão de contas em redes sociais de residentes e jornalistas americanos e tirar plataformas como o X e o Rumble do ar.