O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou, nesta segunda-feira (12 de maio de 2025), sua discordância com as tarifas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano). Lula argumentou que o multilateralismo, e não o protecionismo, foi o alicerce da harmonia entre as nações. "É por isso que não concordo com a chamada taxação que o presidente dos Estados Unidos [Donald Trump] tentou impor ao planeta Terra da noite para o dia, porque o multilateralismo, após a Segunda Guerra Mundial, foi o que garantiu todos esses anos de harmonia entre os Estados. Não foi o protecionismo", declarou Lula.
O presidente brasileiro defendeu o multilateralismo como prática do livre comércio, destacando o interesse do Brasil em expandir suas relações comerciais além da exportação de óleos combustíveis e fertilizantes, abrangendo também o mercado de soja e carne bovina. "O protecionismo no comércio pode levar à guerra, como já aconteceu tantas vezes na história da humanidade. O que queremos é o multilateralismo para que possamos praticar o livre comércio", afirmou. A declaração de Lula ocorreu durante o encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China.
Lula está na China desde sábado (10 de maio), para participar da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) com a China e realizar uma reunião bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping. A viagem acontece em meio à guerra comercial entre Estados Unidos e China. Em abril, Donald Trump impôs uma série de tarifas sobre produtos importados de diversos países, mas posteriormente suspendeu a política protecionista para seus parceiros comerciais, com exceção da China, que havia retaliado. As taxas mútuas entre as duas maiores economias do mundo ultrapassaram 100%, tornando o comércio inviável entre elas.