Na noite da última terça-feira (22), a polícia efetuou a prisão na Central do Brasil do principal suspeito de assassinar Dulcilene da Costa Rodrigues, de 39 anos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O corpo da vítima foi descoberto na tarde de terça-feira (22), parcialmente enterrado no quintal de sua casa, localizada no bairro Pilar.
O homem detido, identificado como Márcio André da Silva Theodoro, de 22 anos e ex-namorado de Dulcilene, confessou o crime. Pedreiro de profissão, Márcio responderá judicialmente por feminicídio e ocultação de cadáver. Em seu depoimento à polícia, ele relatou que o crime foi motivado por uma briga.
A delegada Gabriela Andrade, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), detalhou a confissão: "Ele confessou, disse que teve uma briga com a Dulcilene, uma discussão que se prolongou durante a noite. E em um dado momento, ele teria aplicado um golpe nela, um mata-leão, e não teria percebido que ela teria desfalecido." A delegada acrescentou: "E quando ele se deu conta que ela veio a óbito, ele então abriu a cova nos fundos da residência, enterrou o corpo, e jogou por cima, segundo as próprias palavras dele, cimento e entulho." A polícia também revelou que Márcio já possui histórico criminal por estupro de vulnerável. Sete testemunhas foram ouvidas no decorrer da investigação.
Dulcilene estava desaparecida desde a sexta-feira anterior (18), e vizinhos chegaram a utilizar as redes sociais na tentativa de localizá-la. O forte odor que emanava de sua residência despertou a desconfiança dos moradores, que acionaram a Polícia Militar, levando à descoberta do corpo e ao isolamento da área para a realização da perícia.
Amigos e conhecidos lamentaram a perda de Dulcilene. Uma amiga, que a viu pela última vez na quinta-feira (16), a descreveu como "uma boa pessoa, bondosa, amiga" e destacou seu gosto por ajudar os necessitados. Outra amiga mencionou o entusiasmo de Dulcilene em participar de uma obra social em Duque de Caxias, onde auxiliava na distribuição de alimentos para pessoas carentes.
O caso de Dulcilene se soma a um cenário preocupante de violência contra a mulher no estado. Um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) aponta para um aumento de 8% nos casos de feminicídio em 2024, com 107 ocorrências em comparação com as 99 registradas em 2023. Em resposta a essa realidade, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu 43 mil medidas protetivas para mulheres somente em 2024. Uma amiga de Dulcilene ressaltou a importância do apoio e da união entre as mulheres, incentivando o cuidado mútuo e a busca por ajuda.