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Glauber Braga Encerra Greve de Fome Após Acordo Sobre Cassação de Mandato

Deputado do PSOL suspende jejum após presidente da Câmara garantir prazo de 60 dias para defesa antes de votação em plenário.

Elise Ventura
Por: Elise Ventura
18/04/2025 às 07h55
Glauber Braga Encerra Greve de Fome Após Acordo Sobre Cassação de Mandato
Reprodução da internet

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) encerrou sua greve de fome na quinta-feira (17), após mais de uma semana de protesto. A decisão foi tomada em decorrência de um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que estabelece um prazo de 60 dias para a defesa do mandato de Braga antes de qualquer votação em plenário sobre sua possível cassação.

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O acordo, segundo Hugo Motta, foi negociado com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esposa de Glauber, e com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).

Glauber Braga iniciou a greve de fome em protesto contra o avanço do processo de cassação. Desde o dia 9, ele permanecia nas instalações da Câmara, consumindo apenas água, soro e isotônicos, conforme informado por sua assessoria.

"Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao Plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar", declarou Hugo Motta ao anunciar o acordo. "Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo", acrescentou.

Em entrevista, Glauber Braga agradeceu o apoio de movimentos sociais e afirmou que, apesar de suspender a greve de fome, continuará a "luta contra o Orçamento Secreto". Ele atribuiu a suspensão do jejum a uma articulação de parlamentares e reuniões com movimentos sociais, além de uma publicação do presidente da Câmara que representou um "recuo" contra a "perseguição" que estava sofrendo.

"Estou suspendendo essa greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o Orçamento Secreto. Não estamos suspendendo a luta contra o poder oligárquico, contra a responsabilização dos assassinos de Marielle, não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos golpistas de plantão, não estamos suspendendo o conjunto das nossas lutas", declarou o deputado.

O Andamento do Processo

O Conselho de Ética da Câmara já deu "sinal verde" para a cassação de Glauber Braga em uma reunião no dia 8. O deputado agora deve recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avaliará possíveis ilegalidades no processo, mas não rediscutirá o mérito da acusação.

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Caso a CCJ aceite o recurso, o caso retorna ao Conselho de Ética para correção dos vícios apontados. Caso contrário, o processo segue para o plenário da Câmara, onde a decisão final será tomada. Para a cassação, são necessários 257 votos dos 513 deputados.

O Pedido de Cassação

O pedido de cassação foi feito pelo partido Novo, que acusa Glauber Braga de quebra de decoro parlamentar por agredir e expulsar um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) das dependências da Câmara.

O Conselho de Ética, por maioria, concordou com o parecer de Paulo Magalhães (PSD-BA), que apontou indícios para a perda do mandato. Glauber Braga acusa Magalhães de conduzir o processo de forma "parcial".

Recurso na CCJ

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) informou que o PSOL protocolará um recurso na CCJ na terça-feira (22), contestando o relatório aprovado pelo Conselho de Ética. Segundo ela, o recurso tem 90 páginas e argumenta sobre a suspeição do relator Paulo Magalhães e a desproporcionalidade da medida.

"O gesto corajoso e difícil que o Glauber tomou a iniciativa desde o julgamento no Conselho de Ética foi fundamental para que toda a sociedade brasileira pudesse saber que estava à beira de acontecer uma das maiores injustiças da Câmara dos Deputados", afirmou Sâmia Bomfim.

A líder do PSOL na Câmara, Taliria Petrone (PSOL-RJ), destacou que a decisão de Hugo Motta de não pautar o processo no plenário em 60 dias indica uma mudança de posição do parlamento em relação ao caso de Glauber. "Imagino que a decisão do presidente Hugo Motta reflita já a possibilidade concreta de romper com essa injustiça, uma penalidade desproporcional", concluiu Petrone.

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