Estamos de camarote (ou não) vendo uma batalha de gigantes: dois dos maiores impérios do século XX se chocam. De um lado, os EUA, representados por seu xerife — ou pistoleiro, como dizem —, chantageando o mundo para conseguir aliados no bloqueio ao gigante asiático; de outro, a China, com seus cinco milênios de existência e sua maturidade, preparada para o momento de atritos que bate à sua porta.
Já não existe, em relação aos americanos, a áurea de salvadores, mas de usurpadores que calcularam errado, colocando todo o mundo — se não ao lado dos chineses —, ao menos totalmente desconfiado e podendo ser a próxima vítima da sanha irresponsável, dirigida por um ex-animador de auditório e empresário do show business, fazendo com que as nações do mundo, nesta briga, torçam pelo império do Oriente.
Uma coisa é certa: o mandatário dos EUA desagradou, com sua estratégia draconiana, um dos maiores empresários do mundo, a maior universidade do planeta — como a Harvard —, os donos dos petrodólares muçulmanos e antigos aliados, como Japão, Canadá e México.
Faltam a Donald Trump a paciência, a inteligência ou o conhecimento estratégico chinês, que recebe em seu colo dezenas de países insatisfeitos ou indignados com o "macaco na loja de cristais".
E nós, aqui, não poderemos nos enquadrar como terreiro de ninguém.