Após completar 100 dias de gestão, a atual administração da Prefeitura de Petrópolis divulgou um panorama financeiro preocupante, apontando que a dÃvida flutuante do municÃpio alcança a cifra de, no mÃnimo, R$ 950 milhões, sem contabilizar passivos ainda não identificados. Desse montante, conforme os dados apresentados, R$ 148 milhões referem-se a dÃvidas acumuladas com o Instituto de Previdência e Assistência Social do Servidor Público do MunicÃpio de Petrópolis (Inpas) em diversas gestões do ex-prefeito Rubens Bomtempo.
Em 2024, cerca de R$ 75 milhões destinados ao instituto previdenciário não foram repassados e foram retirados do fundo, comprometendo o pagamento de aposentados, pensionistas e benefÃcios de servidores ativos, além de ameaçar a segurança financeira futura dos funcionários. "Ainda há um passivo oculto que estamos levantando e deve aumentar ainda mais esse valor. Toda dÃvida preocupa, mas o valor da dÃvida do Inpas é uma situação ainda pior.
É cruel com o servidor aposentado a retirada de recursos do fundo previdenciário e a falta de repasses ao Instituto, é jogar contra quem dedicou anos de trabalho aos petropolitanos e ao municÃpio", lamentou o prefeito Hingo Hammes. Outros dados alarmantes incluem mais de R$ 340 milhões em precatórios devidos pelo municÃpio e um montante superior a R$ 90 milhões em obrigações fiscais pendentes. Apesar do cenário desafiador, a atual administração informou ter quitado cerca de R$ 100 milhões em dÃvidas, abrangendo salários atrasados, encargos sociais e débitos patrimoniais. Entre os pagamentos efetuados, destacam-se repasses a instituições financeiras relativos a empréstimos consignados dos servidores, que eram descontados em folha, mas não eram devidamente direcionados aos bancos.
"Esse esforço para reduzir o endividamento público acontece mesmo em um cenário de redução de orçamento. O orçamento de Petrópolis neste ano teve uma redução na ordem de R$ 400 milhões na comparação com 2024, por causa da redução de ICMS", ressaltou Hingo Hammes. Diante da crise financeira, o governo municipal implementou medidas de economia, como a determinação de revisão de contratos de aluguel pelas secretarias, com a meta de reduzir esses gastos em pelo menos 25%, e uma auditoria na folha de pagamento para identificar possÃveis formas de contenção. Paralelamente, o municÃpio informou estar trabalhando ativamente para reativar convênios e destravar investimentos, em articulação com os governos estadual e federal.