Um homem está desesperado após o corpo de sua mãe desaparecer do Cemitério São Miguel, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Gilbert Tavares da Matta relatou que, após sua reclamação à administração do cemitério, sete sepulturas foram abertas na tentativa de encontrar o corpo, sem sucesso. A mãe de Gilbert faleceu em agosto do ano anterior, vítima de câncer, e foi sepultada em uma sepultura pertencente à prefeitura.
O filho, que visitava o túmulo mensalmente, notou a substituição da tampa em fevereiro. A administração justificou a troca como parte da manutenção, mas a explicação não convenceu Gilbert, especialmente devido a um incidente anterior envolvendo o sepultamento de seu irmão, Francisco de Assis Tavares Pereira, no mesmo cemitério em 2019. Segundo Gilbert, os restos mortais do irmão foram removidos antes do prazo, sem comunicação à família, e outra pessoa foi sepultada no local.
Após sua reclamação na época, ele recebeu um nicho e uma sacola com a suposta ossada do irmão. Na quinta-feira (3), ao retornar ao cemitério para tratar do sepultamento de uma tia, Gilbert insistiu na abertura da sepultura da mãe, desconfiado da troca da tampa. Após discussões e contato com o setor jurídico da prefeitura, a abertura foi autorizada para o dia seguinte. Na sexta-feira (4), enquanto também se realizava o sepultamento de sua tia, Gilbert acompanhou a abertura da sepultura da mãe.
A constatação foi chocante: o caixão não era o mesmo e o corpo era de outra mulher, com cabelos loiros e longos, diferente de sua mãe, que estava quase careca devido à quimioterapia. Os pertences no caixão também não correspondiam aos de sua mãe. Diante do ocorrido, a administração do cemitério ordenou a abertura de mais quatro sepulturas próximas, totalizando sete, na busca pelo corpo desaparecido, mas sem êxito. A Polícia Militar foi acionada e acompanhou Gilbert até a 72ªDP (Niterói), onde ele registrou uma ocorrência de "destruição, subtração ou ocultação de cadáver".
A perícia da Polícia Civil esteve no cemitério e as investigações estão em andamento. No sábado (5), o cemitério contatou Gilbert informando sobre outra sepultura com o mesmo número no mesmo corredor, solicitando sua presença para verificar. No entanto, o corpo de sua mãe não estava lá. Uma sepultura vizinha também foi aberta, com resultado negativo. Em nota, a Prefeitura de São Gonçalo informou que abriu uma sindicância para apurar o ocorrido.
A administração do cemitério alega estar investigando junto à funerária a possibilidade de troca na numeração das sepulturas, já que houve dois enterros realizados pela mesma empresa no mesmo dia. Sobre a exumação do irmão de Gilbert, a prefeitura afirma que a documentação indica que os restos mortais foram entregues à família.