O Arquivo Nacional promove até 1º de abril a Semana Memórias Abertas, com atividades que abordam o direito à memória e verdade, com foco na Ditadura Militar no Brasil. A programação inclui a exposição de réplicas de documentos históricos sobre perseguições políticas, censura e resistência democrática. Um dos destaques é a cópia do relato do médico Amílcar Lobo, que atendeu o engenheiro Rubens Paiva nas dependências do DOI-CODI, no Rio de Janeiro. O relato contradiz a versão oficial do Exército, que afirmava que Paiva teria sido sequestrado por grupos armados.
Lobo afirma ter sido chamado em casa em uma madrugada de janeiro de 1971 para atender Paiva. Em seu depoimento, ele descreve o estado de saúde de Paiva, afirmando ter visto escoriações e sinais de tortura. Ele também relata ter sido informado da morte de Paiva após retornar ao seu trabalho.
O Arquivo Nacional armazena os documentos do Serviço Nacional de Informações (SNI) que fazem referência ao caso Rubens Paiva, incluindo documentos que contradizem a versão apresentada na época sobre seu desaparecimento. No dia 26 de março, acontece o evento Memórias Abertas: Pesquisa, Ensino e Difusão, que reúne pesquisadores e especialistas para discutirem sobre a temática da ditadura e seus arquivos.
O evento também marca a entrega do Prêmio Memórias Reveladas, que reconhece os trabalhos de destaque no concurso.