Moradores da comunidade de Secretário, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, estão vivendo momentos de apreensão devido ao crescente número de acidentes com picadas de cobra. O aumento repentino na incidência de serpentes venenosas, como a cascavel, tem gerado preocupação e mobilização na região.
Números Preocupantes:
Em 2024, o estado do Rio de Janeiro registrou 793 casos de picadas de cobra, com três óbitos. * Apenas nos dois primeiros meses de 2025, já foram contabilizados 104 acidentes.
A presença da cascavel, uma espécie altamente venenosa, tem se tornado mais frequente na região de Secretário.
Reivindicações da Comunidade:
Diante desse cenário, os moradores de Secretário e áreas adjacentes, como Pedro do Rio e Itaipava, iniciaram um abaixo-assinado com o objetivo de solicitar a disponibilização do soro antiofídico em postos de saúde mais próximos. Atualmente, o soro só é encontrado em unidades de saúde distantes, o que dificulta o acesso rápido ao tratamento em casos de emergência. O abaixo-assinado já conta com quase 2 mil assinaturas, e a meta é alcançar 2,5 mil, buscando sensibilizar as autoridades para a urgência da situação. Relatos de Vítimas: Moradores como Patrícia Maganin, Jorge Carvalho, Maique de Souza e Eduardo Oliveira compartilharam suas experiências angustiantes ao serem picados por cobras e enfrentarem a dificuldade de encontrar atendimento médico imediato.
A distância até as unidades de saúde com o soro antiofídico, somada ao trânsito, tem resultado em longas horas de espera, aumentando o sofrimento das vítimas.
Explicações e Orientações:
Biólogos explicam que o aumento na incidência de cobras pode estar relacionado a fatores como queimadas e aquecimento global, além do período de verão, que favorece a atividade desses animais. As autoridades de saúde recomendam manter distância das cobras, evitar tentativas de captura e procurar atendimento médico com urgência em caso de picada.
Ações das Autoridades:
A Prefeitura de Petrópolis informou que a quantidade de doses de soro disponíveis atualmente é suficiente para manter apenas uma unidade de referência no município. No entanto, a prefeitura busca aumentar o número de doses para abrir uma segunda unidade em Itaipava ou Pedro do Rio. A Secretaria Estadual de Saúde do RJ esclareceu que a distribuição do soro é feita pelo Ministério da Saúde, levando em consideração o número de acidentes com serpentes, e que o soro é distribuído em 26 polos pelo estado, definidos em conjunto com os municípios.