O deputado estadual Yuri Moura (PSOL-RJ) solicitou esclarecimentos à Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) após a corporação divulgar uma estimativa de 400 mil pessoas presentes no ato realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Rio, no último domingo (16). Essa divulgação quebrou uma tradição da PMERJ, que normalmente não faz estimativas de público.
Divergência nas Estimativas
Os números apresentados pela PMERJ contrastam fortemente com a estimativa da Universidade de São Paulo (USP), que calculou a presença de apenas 18 mil pessoas no auge da manifestação. Diante dessa discrepância, o deputado questiona a metodologia utilizada pela PM para chegar à estimativa de 400 mil e pediu que a corporação justifique a divulgação desse dado, considerando a falta de costume da instituição em realizar tal exposição.
Ordem do Palácio Guanabara
Informações apuradas indicam que a ordem para divulgar a estimativa de 400 mil partiu do Palácio Guanabara. O governador Cláudio Castro (PL) negou qualquer interferência na divulgação, afirmando que o cálculo foi realizado pela PM, que já havia feito esse tipo de estimativa em eventos anteriores. No entanto, a PM já havia declarado em suas redes sociais que "não faz estimativa de público". Além disso, fontes revelaram que o governador teria ligado para o comandante da PM, Coronel Menezes, que inicialmente estimou o público em 50 mil. Após essa estimativa, Castro teria dado a ordem para que a PM divulgasse 400 mil. Durante a manifestação, Menezes e outros oficiais da cúpula observaram o evento do alto e estavam convencidos de que o número de participantes era muito inferior ao divulgado. Esses eventos ressaltam a complexidade da comunicação e a importância da transparência em situações de mobilização social.