Integrantes da corte concordam que há uma ação coordenada para tentar enfraquecer Moraes e a credibilidade do julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro. O efeito dessa pressão, no entanto, é o oposto do que se pretendia: dentro do STF, Moraes está blindado. Um dos ministros descreve: "Há obviamente um esforço para tentar enfraquecê-lo, de tentar minar a credibilidade do julgamento da denúncia, e ele é o alvo porque é o relator."
Outro ministro complementa que "as medidas adotadas pelo ministro Alexandre têm sido sistematicamente avalizadas pelo plenário ou pela turma." Internamente, a percepção é de que é crucial preservar Moraes para garantir a execução normal do julgamento da denúncia contra Bolsonaro e outros 33 acusados pela Procuradoria-Geral da República de tramar um golpe de Estado no país.
A defesa institucional do ministro, de suas prerrogativas e da independência do STF, deve vir também de entidades que representam diferentes categorias da magistratura. Além disso, uma frente de confronto político foi aberta por parlamentares que não se alinham à tática de uma ala do bolsonarismo que ataca a Justiça do país no exterior.
O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) apresentou um projeto de lei que, com base na reciprocidade, proíbe o ingresso no Brasil de autoridades estrangeiras que atuem para atacar as instituições do país. Essa reação é uma resposta à articulação liderada por Eduardo Bolsonaro junto a uma ala da extrema direita americana, que busca impedir a concessão de visto a Moraes para os Estados Unidos. Vale destacar que, segundo pessoas próximas ao ministro, ele está com o visto americano vencido há três anos e não manifestou intenção de renová-lo durante esse período.