O influenciador digital Nathanael Cauã Almeida de Souza, conhecido como Chefin, foi convocado para depor na tarde desta quarta-feira (26) na Delegacia do Consumidor (Decon). O inquérito investiga um esquema de rifas ilegais, que frequentemente não entregavam os prêmios aos ganhadores. No ano passado, Chefin já havia sido alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Civil do RJ. Chefin chegou à delegacia pouco depois das 12h e foi conduzido a uma sala, onde optou por permanecer em silêncio. Após cerca de 1 hora, ele foi liberado e não quis comentar com a imprensa.
Detalhes da Investigação O delegado Wellington Vieira, titular da Decon, afirmou: “Ele veio para prestar depoimento no inquérito que apura ilegalidades nas rifas — que culminou com a operação do ano passado. No entanto, ele preferiu ficar em silêncio. Continuamos investigando esse grupo. Além dele, os outros dois influenciadores que foram alvos das buscas também terão que prestar novo depoimento.” A defesa de Chefin confirmou sua presença na delegacia para o depoimento relacionado à investigação. Em 2024, ele e outros dois influenciadores foram alvos da Operação Sorte Grande, que resultou na apreensão de itens valiosos e documentos que ajudarão a esclarecer um esquema que movimentou pelo menos R$ 15 milhões, segundo a polícia.
Operação Sorte Grande As investigações da Decon revelaram que influenciadores com milhões de seguidores nas redes sociais promoviam sorteios de bens que nunca eram entregues. Em abril de 2024, a polícia cumpriu 7 mandados de busca e apreensão contra 5 alvos. O grupo é investigado por estelionato, crime contra a economia popular e associação criminosa.
A investigação teve início 4 meses antes da operação.
Os investigados incluem:
Luiz Guilherme de Souza, o Gui Polêmico: 15 milhões de seguidores
Samuel Bastos de Almeida, o Almeida do Grau: 450 mil seguidores
Nathanael Cauã Almeida de Souza, o Chefin: 13,5 milhões de seguidores
De acordo com o inquérito, os influenciadores promoviam rifas com prêmios em dinheiro, celulares, veículos de luxo e até apartamentos. Para dar credibilidade ao esquema, os golpistas simulavam a entrega dos bens mais valiosos para comparsas e publicavam vídeos em seus perfis.
Prêmios mais simples eram, de fato, entregues aos ganhadores para estimular a participação.
Como Funcionavam as Rifas
Em um sorteio que oferecia um carro e uma moto, cada tíquete custava R$ 0,35, e o apostador escolhia números de 0 a 9.999.999, totalizando 10 milhões de combinações possíveis. Em sorteios regulares baseados na Loteria Federal, eram utilizados 5 números de 0 a 9, resultando em 100 mil combinações. A polícia suspeita que os concursos eram realizados sem qualquer auditoria ou meios de acompanhamento para os participantes.
Com os mandados desta quarta-feira, a Decon espera obter detalhes das plataformas que operam esses sorteios, que geralmente têm sede no exterior.