Uma trégua firmada entre o Primeiro Comando Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) foi confirmada por meio de informações obtidas por serviços de inteligência, reveladas em mensagens de texto encontradas em celulares de membros das duas facções.
O principal objetivo desse acordo é unir forças para:
Fortalecer as facções dentro dos presídios federais. Pressionar por medidas que beneficiem os detentos, como visitas íntimas.
As regras nas unidades prisionais são ainda mais rígidas em comparação aos presídios estaduais, o que torna essa aliança ainda mais significativa.
Negociações e Confirmações A GloboNews apurou que, nas últimas semanas, autoridades monitorando o PCC e o CV, tanto dentro quanto fora dos presídios, foram informadas sobre as negociações de trégua. Essas informações foram confirmadas por integrantes do Ministério Público de São Paulo e investigadores de diversos estados, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, Pará, Brasília e Minas Gerais. As negociações foram intermediadas por advogados durante visitas aos líderes das facções, que estão detidos nos presídios federais de Brasília (DF) e Catanduvas (PR).
Após o acordo entre Marcola (chefe do PCC) e Marcinho VP (liderança do CV), um "salve" (aviso) foi distribuído para os membros das facções, informando sobre a nova ordem em âmbito nacional. Em São Paulo e no Rio, a trégua de não ataque já existe há alguns anos.
Preocupações e Monitoramento
O que preocupa as autoridades é a possibilidade de que essa trégua, inicialmente restrita às questões dentro dos presídios, possa se expandir para fora, resultando em uma convergência de interesses entre as duas facções para fortalecer o tráfico internacional de drogas e armas.
O Ministério Público de São Paulo está monitorando a situação, acompanhando as movimentações tanto dentro dos presídios estaduais quanto nas ruas. Em entrevista ao Estúdio I, o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, afirmou que a trégua ainda não está confirmada, ressaltando que "muitas vezes se toma como verdade algo que é apenas uma especulação". Ele também garantiu que "não há nenhum risco de alteração dos rigores dos regimes estabelecidos no sistema penitenciário federal".