O Palácio do Planalto se prepara há pelo menos dez dias para possíveis retaliações comerciais em resposta à anunciada intenção de Donald Trump de aumentar os impostos sobre aço e alumínio importados. O Brasil, segundo maior fornecedor desses produtos para os Estados Unidos, está elaborando um plano de ação multifacetado. Como revelado anteriormente, a equipe de relações exteriores do governo Lula, em conjunto com o Itamaraty e ministérios como Indústria e Comércio e Agricultura, elaborou um mapa de produtos exportáveis para os EUA que poderiam ser utilizados como contrapeso a eventuais sobretaxas impostas por Trump.
A diplomacia brasileira considera o aço e o alumínio alvos prioritários dessa política protecionista, tendo em vista que já foram taxados durante o primeiro mandato de Trump. Uma fonte do gabinete de relações internacionais do presidente explicou: "Alguns produtos brasileiros têm impostos de exportação mais altos, outros não. Trump usa a política de sobretaxa sob argumentos frágeis e de consequências graves. Não há uma cobrança linear, no Brasil, de impostos de produtos exportados.
Nós estamos mapeando o que poderia ser acionado para compensar uma eventual sobretaxa do aço e do alumínio, por exemplo". A estratégia brasileira prevê aguardar a formalização da promessa de sobretaxa por Trump para definir a intensidade da resposta. Paralelamente, o governo busca ampliar as relações comerciais com a Europa, China e o Mercosul. A avaliação é que a ofensiva comercial de Trump pode acelerar a implementação do acordo União Europeia-Mercosul e fortalecer a posição da China como ator preponderante na economia global.