Na manhã desta quinta-feira (16), promotores do Ministério Público do Rio (MPRJ) prenderam o sargento da PM André Barbosa Cabral, conhecido como Cabral, dentro do 9º BPM (Rocha Miranda). Ele é suspeito de ter ligações com a milícia que atua em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Além de Cabral, Warley Paul Mansur de Souza, apontado como braço direito do miliciano Gilson Ingrácio de Souza Junior, conhecido como Juninho Varão, está foragido. A pedido do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), um juiz da 1ª Vara Criminal Especializada determinou o afastamento de Cabral de suas funções públicas.
Atividades Criminosas
De acordo com o Gaeco, Cabral ocupava uma posição de liderança em regiões como Valverde e Cabuçu, exercendo controle armado sobre as atividades da milícia, que incluíam:
Homicídios
Extorsão
Agiotagem
Lavagem de dinheiro
Distribuição clandestina de sinais de TV e internet
Porte e posse ilegal de armas
Os promotores afirmam que o PM se autointitula um dos fundadores da milícia na localidade. Warley Mansur, por sua vez, atua como cobrador e executor das ordens da organização criminosa.
Conflitos e História Criminal
O MPRJ aponta que o principal inimigo de Cabral é a família Braga, que tenta dominar a Baixada. Cabral é um velho conhecido da Justiça, tendo sido preso anteriormente e respondendo por extorsão qualificada e associação criminosa. Em outubro de 2020, seu irmão, Domingos Barbosa Cabral, foi assassinado em um bar no bairro Cabuçu durante um ataque de criminosos encapuzados.
O paramilitar Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, morto em 2021, foi apontado como responsável pelo crime. Segundo o MPRJ, Cabral tem uma longa trajetória criminal, fazendo parte de quadrilhas há mais de 15 anos. No final dos anos 2000, ele foi acusado de integrar o “Bonde do Jura”, um grupo de extermínio, embora tenha sido absolvido em um processo de 2009.