Selton Mello não conseguiu segurar a emoção ao falar sobre o filme "Ainda Estou Aqui", que chega aos cinemas em 7 de novembro. Em uma coletiva de imprensa em São Paulo, o ator compartilhou que o filme, uma adaptação do livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, se tornou algo muito pessoal para ele.
"Eu sou da geração que foi completamente impactada pelo [livro] 'Feliz Ano Velho'. Eu amo o Marcelo [Rubens Paiva], respeito ele, nunca imaginaria na vida que um dia ia fazer o pai do Marcelo. Tem sido muito emocionante, não vou fingir aqui," afirmou Selton, visivelmente emocionado.
O ator também expressou sua gratidão por trabalhar com Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, mãe do escritor, que enfrentou a morte do marido. Ele comentou sobre a experiência:
"Um reencontro lindo com a Nanda Torres, que eu amo, que eu respeito, que eu torço... foi tão bonito [trabalhar] com a Nanda... tão bonito!"
Selton refletiu ainda sobre a proposta da produção e como tocou em sua vida:
"É um filme sobre memória. E a gente tem no fim desse filme a Fernanda Montenegro com Alzheimer... e foi assim que eu perdi a minha mãe também, há não muito tempo. Começa com uma viagem muito pessoal do Waltinho [Walter Salles, diretor] visitando esse lugar que ele viveu, mas, aos poucos, esse filme foi se tornando nosso, se tornando uma grande viagem interna para todos nós. Está muito emocionante ver tudo isso."
Durante a coletiva, ele revelou que precisou engordar 20 quilos para interpretar seu personagem:
"Foi uma transformação física grande. Foram 20 quilos... era muita coisa! Inclusive, depois foi difícil perder, com 51 anos, mas tudo bem. O personagem precisava disso para dar esse caráter paizão e como era a própria figura do Rubens [Paiva]... isso é parte do trabalho."
O filme, que foi exibido pela primeira vez no Brasil na Mostra de São Paulo, já fez sucesso em festivais internacionais, como o de Veneza, onde ganhou o prêmio de Melhor Roteiro e foi aplaudido por cerca de dez minutos em sua estreia. "Ainda Estou Aqui" também disputa uma vaga no Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional.
Selton finalizou com uma mensagem de esperança:
"A gente está bem emocionado de estar aqui. É o início da nossa história, do nosso encontro com os brasileiros, com o nosso público, com a nossa língua. E é aquela história: falando da nossa aldeia a gente toca o mundo. E isso é o que vem acontecendo nessas viagens ao redor desses festivais."