A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram na manhã desta terça-feira (10) a Operação Queda Livre, que visa desarticular um grupo suspeito de abastecer comunidades dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP) no Rio de Janeiro.
Dez pessoas são alvos de mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça fluminense. As investigações apontam que a quadrilha movimentou R$ 9 milhões nos últimos anos.
Os mandados estão sendo cumpridos simultaneamente em Parada de Lucas, Cordovil, Vila da Penha (Zona Norte), Itaboraí (Região Metropolitana do Rio) e Lima Duarte (Minas Gerais). A Justiça do Rio determinou o bloqueio de R$ 7 milhões das contas dos suspeitos.
A investigação teve início em maio de 2021, após a PF de Marília (SP) apreender 164 kg de crack e cocaína em um helicóptero que pousou sem autorização em um canavial em São Paulo. Em julho do mesmo ano, 50 kg de cocaína foram apreendidos com um motorista em Duque de Caxias (Baixada Fluminense).
As investigações identificaram que o grupo criminoso era voltado ao fornecimento de drogas para comunidades do TCP, como a Vila do Pinheiro, no Complexo da Maré. Os promotores também apontam a lavagem de dinheiro por meio da compra de uma fazenda em Minas Gerais e de empresas de fachada.
Entre os denunciados está Robson Martins dos Santos, conhecido como Douglas Castro, apontado como líder da organização criminosa e fornecedor de drogas para a facção. Castro dirigia as ações de seus comparsas para a obtenção de veículos e "mulas" para o transporte da droga, além de atuar como "batedor" da carga ilícita e "laranja" para a ocultação do patrimônio obtido ilegalmente.
Após ser condenado a 14 anos de prisão em 2019 por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, ele fugiu para Lima Duarte, onde comprou uma fazenda que passou a servir de entreposto para o transporte das drogas para a Maré.
Os alvos da operação foram denunciados à Justiça pelos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa da Capital. Além do congelamento das contas, a Justiça suspendeu a autorização de um dos denunciados para pilotar helicóptero.
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