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Demissão de Marcus Amim: Alerj cobra explicações de Cláudio Castro

Deputados da base do governo criticam a troca frequente de secretários da Polícia Civil e questionam a saída de Amim após apenas 10 meses no cargo.

03/09/2024 às 21h36
Por: Elise Ventura
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Reprodução da internet
Reprodução da internet

A exoneração do secretário de Polícia Civil do RJ, Marcus Amim, ainda não foi publicada no Diário Oficial, mas causou indignação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), inclusive de deputados da base aliada do governador Cláudio Castro (PL). Além de Amim, o secretário de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, também foi demitido na segunda-feira (2).

A mesma Assembleia Legislativa que foi crucial para a nomeação de Amim cobrou explicações nesta terça-feira (3). Até o ano passado, um secretário de Polícia Civil precisava ter, no mínimo, 15 anos como delegado. A Lei Orgânica da polícia foi modificada graças aos deputados, o que abriu o caminho para Amim. Mas ele acabou ficando pouco tempo no cargo: só 10 meses.

Deputados da base do governo e até do partido do governador pediram explicações. “Dez meses pra consertar, pra ajeitar a Segurança Pública é inviável, é impossível. Não dá pra ajeitar uma Casa em 10 meses”, disse o deputado Filippe Poubel (PL).

A ex-chefe da Polícia Civil, Martha Rocha (PDT), disse que a Casa se desgastou para fazer a mudança na lei. Na época, a nomeação foi interpretada como uma forma da Alerj ter mais influência na corporação. “É inadmissível. Em 5 anos, o governador tenha escolhido seis chefes de polícia, corrigindo, seis secretários da Polícia Civil”.

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O troca-troca:

Quando Cláudio Castro se tornou governador em exercício, o secretário de Polícia Civil era Flávio Brito.

Em setembro de 2020, Castro nomeou Allan Turnowski.

Dois anos depois, Turnowski acabou preso suspeito de envolvimento com o jogo do bicho. Meses antes, ele tinha deixado o cargo para concorrer a deputado federal.

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Em abril de 2022, assumiu Fernando Albuquerque, que ficou no cargo 1 ano e 5 meses, até setembro de 2023.

No lugar dele, assumiu um secretário-relâmpago. José Renato Torres do Nascimento colocou o cargo à disposição apenas três semanas depois de ser nomeado.

Depois veio Amim, o quinto no cargo. Agora, 10 meses depois, o sexto já foi anunciado: Felipe Curi.

Ao longo da sessão desta terça-feira (3), parlamentares da base do governo foram ao microfone criticar a mudança. Apesar de nenhuma crítica ao novo nome, nenhum deputado da base saiu em defesa do governador. “O que eu quero aqui é que o governador esclareça pra gente o que motivou a exoneração do delegado Amim. Pedir explicação ao governo enquanto deputado da base do governo do estado”, falou o deputado Thiago Rangel (PRTB).

O líder do governo na Alerj, Dr. Serginho (PL), que não discursou nesta terça, disse por nota que vai manter o diálogo entre legislativo e executivo para que o possível impasse seja resolvido. O governo do estado ainda não se pronunciou sobre as críticas de deputados.

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