A ONG Doutores da Alegria, que atua em hospitais públicos há mais de 30 anos, está passando por dificuldades financeiras. Com a diminuição de 40% das atividades programadas para este ano devido à queda nas doações, 28 mil crianças podem ser afetadas.
A organização, que sobrevive de contribuições, é financiada principalmente por leis de incentivos fiscais, como a Rouanet. Com a redução das doações via Rouanet desde dezembro do ano passado, o Doutores da Alegria corre o risco de ficar sem recursos a partir de dezembro deste ano.
Além disso, as mudanças implementadas durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro contribuíram para o agravamento da situação. O fechamento do Ministério da Cultura em 2019 e a suspensão da aprovação de novos planos anuais para captação via lei Rouanet tornaram a ONG inviável.
A instituição previa captar R$ 12 milhões em 2024, mas até o momento conseguiu apenas R$ 4 milhões. Com a necessidade de mais R$ 4 milhões até o final do ano para manter as atividades, a associação enfrenta a possibilidade de reduzir ainda mais as atividades e os salários dos profissionais.
Para tentar contornar a situação, a ONG reduziu entre 20% e 30% dos salários em setembro e espera que novos recursos entrem para repor os valores até o final do ano.
Com importante atuação humanizada nos hospitais, a associação beneficia cerca de 120 mil pessoas por semestre, realizando intervenções junto a crianças hospitalizadas, seus acompanhantes e profissionais de saúde. Além disso, o projeto Plateias Hospitalares oferece programação artística gratuita em seis hospitais do Rio de Janeiro.
Com a possibilidade de novos cortes de atividades e redução de salários, a ONG Doutores da Alegria busca engajamento da sociedade para garantir a continuidade de seu importante trabalho nos hospitais.
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