Os réus confessos pelo assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, deram versões diferentes em seus depoimentos no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das questões que divergem é a arma utilizada no crime: a submetralhadora MP5, de calibre nove milímetros.
Ronnie Lessa afirmou que recebeu a MP5 das mãos de Edmílson Oliveira da Silva, o Macalé, que a adquiriu através do assessor de Brazão, Robson Calixto da Fonseca, o Peixe. Por outro lado, Élcio de Queiroz relatou que a arma era de Lessa e que ele a possuía há meses antes do crime.
Além disso, os depoimentos também discordam quanto ao destino da MP5. Ronnie Lessa declarou que viu Macalé entregando a arma a Marcus Vinícius Reis dos Santos, o Fininho, em Rio das Pedras, enquanto Élcio afirmou que Lessa contou ter serrado a arma e jogado no mar da Barra da Tijuca.
Durante os depoimentos, surgiram ainda informações sobre um possível aumento patrimonial de Lessa após o crime, levantando suspeitas em relação à sua conduta. Élcio relatou ter confrontado o amigo sobre esses gastos excessivos, indicando que algo não estava correto.
Outro ponto de discordância é a motivação do crime. Enquanto Élcio mencionou que Lessa falou sobre um possível motivo pessoal, o ex-policial afirmou que estava há meses atrás de Marielle e que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão teriam infiltrado uma pessoa no PSOL para passar informações sobre a vereadora.
Os depoimentos dos réus continuam no STF, com mais testemunhas sendo ouvidas. A busca pela verdade no caso do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes segue em andamento, com novas revelações e detalhes sendo apresentados à Justiça.
Mín. 22° Máx. 35°