Um novo relatório da Polícia Federal, entregue ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (9), traz revelações chocantes sobre a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. O documento acusa delegados da cúpula da Polícia Civil do Rio de Janeiro de obstruir as investigações e de tentar proteger os verdadeiros mandantes e executores do crime.
Delegados sabiam quem eram os assassinos
Segundo a PF, os delegados Rivaldo Barbosa, Giniton Lages e Marco Antônio de Barros Pinto, o Marquinhos, agiram de forma coordenada para atrapalhar as investigações e proteger os assassinos. As provas apresentadas no relatório indicam que os delegados tinham conhecimento sobre a identidade dos executores do crime, mas deliberadamente omitiram informações e manipularam as investigações.
Uma das principais evidências apresentadas pela PF são as imagens de câmeras de segurança que poderiam ter ajudado a identificar os assassinos mais rapidamente. Os delegados, no entanto, não buscaram essas imagens de forma adequada, o que sugere que estavam tentando proteger os criminosos.
Pistas falsas e informações omitidas
O relatório também revela que os delegados plantaram pistas falsas e omitiram informações importantes para a investigação. Um exemplo disso foi a tentativa de incriminar o miliciano Orlando Curicica, que foi descartada após a descoberta de que as informações eram falsas.
Outro ponto crucial destacado no relatório é o fato de os delegados terem ignorado informações sobre a rota de fuga dos assassinos, que poderiam ter levado à identificação dos mandantes do crime.
Impacto do relatório
O relatório da Polícia Federal representa um novo capítulo na investigação do caso Marielle Franco e traz à tona a gravidade das irregularidades cometidas por agentes públicos. As acusações contra os delegados devem levar a novas investigações e, possivelmente, a novas prisões.
O que dizem os envolvidos
Os delegados acusados negam as acusações. Rivaldo Barbosa afirma que não tinha como interferir no trabalho de todos os investigadores e que a acusação é absurda. Giniton Lages alega que prestou todos os esclarecimentos à Polícia Federal e que o tempo irá provar sua inocência.
Próximos passos
Com a apresentação do relatório, a Procuradoria-Geral da República deve oferecer denúncia contra os acusados. O caso será julgado pelo Supremo Tribunal Federal.
Mín. 22° Máx. 35°