Uma operação conjunta deflagrada na manhã desta quinta-feira (1º) pela Corregedoria da Polícia Civil, o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) e a 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro (4ª PIP/MPRJ) desmantelou uma organização criminosa que fraudava registros de roubo de veículos para obter indenizações de seguradoras.

Continua após a publicidade

Durante a ação, um policial civil foi preso em flagrante. Além disso, as autoridades cumprem outros mandados de prisão e de busca e apreensão em diversos endereços, incluindo Benfica (Zona Norte do Rio), Niterói e Barra do Piraí.

As investigações revelaram que um policial civil lotado na 24ª DP (Piedade), em parceria com um empresário do ramo de veículos e um perito, montou um esquema sofisticado para ludibriar as seguradoras. A quadrilha abordava pessoas em dificuldades financeiras, convencendo-as a participar do golpe. Em seguida, eram registrados falsos boletins de ocorrência de roubo de veículos, permitindo que os envolvidos recebessem indenizações indevidas.

Fraude e Falsificação

O policial investigado chamou a atenção ao registrar um número desproporcional de boletins de ocorrência de roubo de veículos na 24ª DP, mais de 36% do total em 2023. Análises mais detalhadas mostraram que ele era responsável por mais de 50% dos registros nos meses de outubro e dezembro, inclusive durante seu período de férias.

Os criminosos falsificavam assinaturas e registravam as ocorrências sem a presença das supostas vítimas. O perito, por sua vez, atuava como intermediário nas negociações com os proprietários dos veículos.

Consequências e Próximos Passos

A Corregedoria da Polícia Civil já confirmou a existência de pelo menos quatro casos de falsos registros de roubo, nos quais os proprietários confessaram sua participação no esquema.

A investigação busca identificar outros policiais envolvidos na quadrilha e localizar os veículos utilizados nos crimes, que possivelmente foram desmanchados ou adulterados para serem vendidos em leilões. A Operação Lástima, como foi denominada, demonstra o compromisso das autoridades em combater a criminalidade e proteger a sociedade.