Residentes da Zona Norte do Rio de Janeiro relatam um clima de terror nas comunidades do Complexo de Israel, onde frequentes confrontos entre facções rivais, Terceiro Comando Puro e Comando Vermelho, impõem um toque de recolher não oficial a partir das 18h. Segundo relatos, a ordem, emanada do traficante Ãlvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, visa facilitar a livre circulação dos criminosos na região.
Dados da plataforma Fogo Cruzado comprovam o aumento da violência, com 22 tiroteios registrados este ano no Complexo, resultando em duas mortes. O número já se equipara ao total de 2023, evidenciando a intensificação dos conflitos.
O Complexo de Israel, composto pelas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Pica-pau e Cinco Bocas, abriga cerca de 135 mil pessoas que se veem reféns da situação. Moradores relatam que, após a saÃda das equipes policiais, os bandidos do Complexo tentam invadir a comunidade do Quitungo, dominada pela facção rival, dando inÃcio a intensos tiroteios que se estendem pela madrugada.
"O tiroteio vem desde sexta-feira, principalmente depois das 22 horas, quando as viaturas saem do baseamento. E aà começa a guerra. Na verdade, os tiros partem da Rua Orica, da parte de cima, em direção ao Dourados. E geralmente é a madrugada inteira. Um local que nunca teve nada", relata um morador, sob anonimato por questões de segurança.
Em resposta à crescente insegurança, o secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos, afirma que investigações sobre os confrontos estão em andamento, reconhecendo a gravidade da situação que se estende a outras comunidades do Rio, como Rocinha, Complexo do Alemão e Maré. Ele ressalta a existência de inquéritos em curso, mas pondera sobre o tempo necessário para a maturação das investigações, salientando que a atuação policial se intensificará na região, buscando coibir a violência e garantir a segurança da população.
A comunidade espera por medidas efetivas que coloquem fim ao clima de terror e restabeleçam a paz nas áreas afetadas.