O Anuário de Segurança Pública revela um cenário preocupante no Rio de Janeiro: as denúncias de racismo no estado mais do que triplicaram entre 2022 e 2023. Em 2022, foram registradas 322 ocorrências, enquanto em 2023 esse número salta para 890, um aumento de mais de 170%.
Os relatos das vítimas expõem a crueldade do racismo, desde microagressões até violências físicas e psicológicas. Uma vítima relata ter sido ameaçada por um homem que desejava violentá-la e defendia a volta da escravidão.
Violência contra crianças e adolescentes também em alta
O Anuário da Segurança Pública também aponta um aumento no número de mortes violentas de crianças e adolescentes no estado.
Casal argentino flagrado em ato racista em roda de samba
No último fim de semana, um casal argentino foi filmado imitando macacos em uma roda de samba na Praça Tiradentes, no Centro do Rio, um local frequentado majoritariamente por pessoas negras e conhecido como um "quilombo". A atitude gerou revolta e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil como crime de racismo.
Ações para combater o racismo
A jornalista Jackqueline Oliveira, que filmou o episódio do casal argentino, destaca a importância de registrar e denunciar casos de racismo. Ela ressalta que a naturalização do racismo leva à banalização de tais atos, que devem ser punidos com rigor.
A pena para crimes de racismo e injúria racial é de reclusão de dois a cinco anos, além de multa. O crime é imprescritível e não admite fiança.
Apesar da legislação existente, especialistas alertam para as dificuldades na condenação dos acusados, muitas vezes amparados pela naturalização do racismo e pela falta de provas cabais.
Combate ao racismo: um desafio contínuo
O combate ao racismo exige medidas urgentes e abrangentes, que incluem ações de conscientização, educação para a diversidade, investimento em políticas públicas e combate à impunidade.
É fundamental que a sociedade se mobilize contra o racismo e que as vítimas tenham acesso à justiça e à reparaçãodos danos sofridos.