Nesta quinta-feira (11), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou público o desdobramento da Operação Última Milha, que desde 2023 investiga a suspeita de uso indevido de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem de autoridades e desafetos políticos no governo Jair Bolsonaro.
Segundo a Polícia Federal, as investigações revelaram um esquema conhecido como Abin paralela, que monitorou autoridades do Judiciário, Legislativo e Executivo, bem como jornalistas renomados. Além disso, foram identificadas ações clandestinas contra ministros do STF, com o objetivo de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro.
A PF também apontou a instrumentalização da Abin para monitorar pessoas ligadas a investigações envolvendo familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro. A atuação ilegal incluiu a divulgação de fake news e a criação de perfis falsos, bem como tentativas de encontrar informações comprometedoras sobre auditores da Receita Federal responsáveis por investigações envolvendo membros da família presidencial.
As descobertas das investigações sugerem ação coordenada para difundir desinformação contra autoridades e jornalistas, além de acesso ilegal a dispositivos eletrônicos para monitoramento. A Polícia Federal alerta que, se confirmadas, as condutas dos investigados podem resultar em indiciamentos e denúncias à Justiça.