Carpinteiro atingido por estaca na cabeça já fala e mexe os membros, mas terá de reconstruir o crânio

Um carpinteiro identificado como Vitor Soares do Nascimento, que foi atingido por uma estaca de madeira na cabeça na última quarta-feira (10), já está respirando sem aparelhos e interagindo com os médicos. Após uma cirurgia de 4 horas para remover a ripa cravada em sua testa, Vitor foi extubado e logo recuperou a consciência, lembrando-se de seu nome e idade. Apesar da melhora, ainda não há previsão de alta hospitalar.

Devido à perda óssea durante o acidente, Vitor precisará passar por uma nova cirurgia em até 8 meses para reconstruir o crânio.

Detalhes da cirurgia e estado de saúde do paciente

Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (11), o diretor-geral do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, Thiago Resende, detalhou a cirurgia e o estado de saúde do paciente. "Ele já demonstra sinais de interação. Está fora do tubo, movimentando os membros e interagindo. Acreditamos que o tratamento foi eficaz", afirma Resende.

Segundo o diretor, a estaca penetrou cerca de 6 cm no crânio de Vitor, mas felizmente não atingiu nenhuma área vital do cérebro. "Ele teve muita sorte. Se a estaca tivesse sido removida antes da chegada ao hospital, ele não teria sobrevivido", ressalta Resende.

Thiago também mencionou que a região do cérebro afetada pela estacada é responsável pelas emoções, mas não interfere na fala ou nos movimentos do paciente.

Agilidade e trabalho em equipe foram essenciais para o sucesso da operação

Vinícius Zogbi, coordenador da equipe de neurocirurgiões responsável pela operação, enfatizou a importância da agilidade no atendimento ao caso. "Ele chegou ao hospital de helicóptero e a equipe já estava preparada para recebê-lo. A tomografia foi realizada rapidamente e, em seguida, iniciamos a cirurgia que durou 4 horas", explica Zogbi.

O diretor do hospital complementou as informações de Zogbi, descrevendo os procedimentos realizados durante a cirurgia. "Raspamos parte da cabeça, que estava contaminada com areia e terra, para garantir a segurança da operação. Em seguida, removemos um pedaço de madeira de 40 cm, dos quais apenas 6 cm haviam penetrado no crânio do paciente", detalhou.

Próximos passos na recuperação de Vitor

Apesar da melhora significativa no quadro de Vitor, a equipe médica ainda não definiu uma data para sua alta hospitalar. O paciente precisará passar por acompanhamento médico rigoroso e, em até 8 meses, será submetido à cirurgia reconstrutiva do crânio.

O caso de Vitor serve como um lembrete da importância do uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) durante o trabalho, especialmente em atividades que envolvem riscos de acidentes com objetos perfurantes ou cortantes.