Em junho de 2021, o Amazonas viveu dias de terror. Ataques violentos, com veículos incendiados, prédios públicos depredados, atentados com explosivos e toque de recolher imposto por criminosos, deixaram a população em pânico. Ações semelhantes também ocorreram em pelo menos nove cidades do interior do estado.
Por trás da onda de violência, um nome já conhecido das autoridades: Kaio Wellington Cardoso dos Santos, o "Mano Kaio", de 32 anos. Na época, ele era apontado como o principal responsável pelos ataques, sendo considerado um dos criminosos mais perigosos do Norte do País.
Um histórico de crimes e fugas
Registros da polícia indicam que Kaio já se envolvia com crimes desde 2010, quando, aos 17 anos, foi detido por roubar a casa de uma desembargadora em Manaus.
Ao longo dos anos, ele colecionou condenações por roubo de veículo, tráfico de drogas e homicídio. Em 2017, foi apontado como o "pivô" da chacina no Compaj, que resultou na morte de 56 detentos.
Apesar das diversas prisões, Kaio sempre encontrava maneiras de fugir. Em 2015, escapou da CPPL durante uma rebelião. Em 2018, após ser preso novamente, fugiu do presídio e se tornou um dos foragidos mais procurados do Amazonas.
Atuação no Rio de Janeiro e busca incessante
Acredita-se que, desde a fuga em 2018, Kaio esteja escondido no Rio de Janeiro. Em 2021, cerca de 10 dias após a onda de terror no Amazonas, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou uma operação no Complexo da Penha para capturá-lo, sem sucesso.
Na última terça-feira (9), Kaio voltou a ser alvo de uma ação policial. A Operação Rota do Rio 2, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, busca combater o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro. Segundo informações, Kaio e outro criminoso do Amazonas, Sílvio Andrade da Costa, o "Silvinho", estariam escondidos no Complexo da Maré.
Condenações e situação atual
Apesar de ser suspeito de envolvimento em mais de 50 mortes, Kaio possui condenações por apenas duas delas:
14 anos de prisão pelo homicídio do feirante Rodrigo Brasil Castro, em 2013.
14 anos de prisão pela morte de Ana Carla Teixeira de Oliveira, em 2012.
A busca por Kaio continua incessante. As autoridades o consideram um indivíduo extremamente perigoso e pedem à população que, se tiver qualquer informação sobre seu paradeiro, denuncie.