Em entrevista ao Em Ponto, na Globonews, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou nesta quarta-feira (3) que o Brasil não planeja realizar novos leilões para importar arroz no momento. Ele destacou que os preços do alimento já cederam e voltaram aos níveis normais.
No mês de maio, o governo federal havia anunciado leilões para importar arroz devido às enchentes no Rio Grande do Sul, estado responsável por 70% da produção nacional. Apesar da decisão, associações afirmavam que não havia necessidade de trazer o produto de fora, uma vez que o estado já havia colhido 80% da safra.
Os leilões, no entanto, acabaram sendo cancelados pelo governo por causa de problemas técnicos e financeiros de empresas vencedoras e conflitos de interesses. Após a anulação, o ministro ressaltou que a disponibilidade do governo em comprar arroz importado e a normalização da logística no país fizeram com que os preços do arroz se estabilizassem.
Fávaro ainda ressaltou que a média de preços do arroz tem se mantido em valores aceitáveis, como R$ 20 a R$ 25 o pacote de 5 quilos em algumas regiões do país. Diante desse cenário, ele considera mais plausível monitorar o mercado e estimular a produção nacional do que realizar novos leilões de importação.
Ainda nesta quarta-feira, o ministro pretende se reunir com a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul e representantes da indústria para discutir compromissos de estabilidade de preço, logística e frete. Além disso, a Conab e o Ministério do Desenvolvimento Agrário também devem assinar um termo de compromisso sobre os preços do arroz no mercado interno.
A decisão de não realizar novos leilões foi tomada após pressão de produtores rurais e análises que indicam que as perdas na safra de arroz do Rio Grande do Sul não foram significativas, mesmo com as enchentes. O governo federal segue monitorando o mercado e atuando para garantir a estabilidade dos preços do alimento para os consumidores brasileiros.