Uma troca de mensagens revelou o envolvimento da deputada estadual Lucia Helena Pinto de Barros, conhecida como Lucinha, e de sua ex-assessora parlamentar, Ariane Afonso Lima, com o braço político do "Bonde do Zinho", maior milícia do Rio de Janeiro. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Lucinha solicitou informações e até o endereço de um morador que reclamou de sua atuação.
Os diálogos, ocorridos em dezembro de 2023, foram revelados pelo servidor da Prefeitura do Rio de Janeiro, Vancler Pascoal de Oliveira. Após receber um vídeo de um morador criticando a deputada, seu filho, vereador Junior da Lucinha, e o prefeito Eduardo Paes, Lucinha pediu a identificação e o grupo político do morador indignado.
A denúncia aponta que o servidor Vancler ameaçou o morador de morte, atendendo ao pedido de Lucinha. Em depoimento, Vancler afirmou que conhecia a deputada há cerca de cinco anos e recebia demandas dela em sua função na Comlurb.
A deputada foi afastada do cargo no final de 2023 e, recentemente, a Comissão de Ética da Alerj votou pelo arquivamento da investigação contra Lucinha por envolvimento com milícia. A defesa da parlamentar alega que as acusações são uma perseguição política e garante que sua inocência será comprovada nos autos.
A decisão final sobre o afastamento de Lucinha caberá à Mesa Diretora da Alerj, que pode solicitar votação no plenário da Casa para confirmar o arquivamento. Enquanto aguarda o desfecho na justiça, a deputada continua exercendo suas funções na Alerj.