O tráfico de drogas do Morro do Dendê começou a cobrar em 2021, ainda na pandemia, o “pedágio” de motoristas e mototaxistas que quisessem circular na Ilha do Governador.
Para tal, criminosos imprimiram uma série de adesivos numerados para identificar quem estava com as taxas em dia e faziam rondas pelo bairro com motos em tons de azul, semelhantes às da PM.
Os investigadores da 37ª DP (Ilha) aprenderam dezenas desses adesivos. O desenho é de uma ilha com um coqueiro acompanhado de um número. O “selo” devia ser colado no para-brisa.
O motorista que fosse pego sem o adesivo era rendido e levado ao alto do Dendê, onde era forçado a pagar o pedágio. Do contrário, o veículo era danificado ou mesmo retido até que o dinheiro fosse entregue.
"Essa investigação vem de alguns meses. Identificamos os criminosos e pedimos os mandados de prisão. Apreendemos manuscritos com telefones e vamos investigar se são vítimas já cadastradas por eles", disse o delegado Felipe Santoro, da 37ª DP.
"Um compromisso do governo do Estado do Rio de Janeiro é que o controle territorial e o exercício da violência é privativo do estado. Quem manda no RJ é a população fluminense. Quem ousar atacar esse tipo de instituto e desafiar o estado nesse sentido vai receber a reprimenda", declarou o secretário de Polícia Civil, Marcus Amim.