Uma advogada de 28 anos, Ana Carolina Silveira, teve um encontro aterrorizante com uma linha de pipa com cerol na noite desta semana. O incidente, que aconteceu na Rodovia Washington Luiz em Duque de Caxias, quase tirou sua vida e acende um alerta sobre os perigos do uso desse material ilegal.
Linha cortante fere advogada no pescoço
Ana Carolina voltava para casa na garupa de uma moto por aplicativo quando, a cerca de 200 metros do seu destino, foi atingida no pescoço por uma linha chilena. A linha cortante, que já causou diversos acidentes graves, provocou um ferimento profundo na vítima, que, segundo seu relato, "achou que ia morrer" devido à grande quantidade de sangue.
Motociclista se salva, mas esposa precisa de pontos
Apesar do susto, o motociclista que conduzia a moto saiu ileso. Já Ana Carolina, que não tinha a antena corta-linha na moto, precisou ser levada ao Hospital Municipal Moacyr do Carmo, onde recebeu quatro pontos no pescoço e um no dedo.
Crime com pena prevista
Vender, usar e transportar linhas cortantes como a chilena é crime, com pena prevista de três meses a um ano de prisão. Além disso, quem vende esse tipo de material pode ser multado em até R$ 17 mil.
Aumento de denúncias no Rio de Janeiro
Apesar da lei e das campanhas de conscientização, o número de denúncias de uso e comercialização de linhas cortantes no estado do Rio de Janeiro mais do que dobrou nos cinco primeiros meses deste ano. Segundo o programa Linha Verde do Disque-Denúncia, o número saltou de 73, entre janeiro e maio de 2023, para 149 este ano.
Motociclistas temem por suas vidas
Para quem usa a moto como meio de transporte ou trabalha como motoboy, a linha com cerol representa um risco constante. O mototaxista por aplicativo Luan Rosário, que já teve sua antena cortada por uma linha desse tipo, expressa seu medo: "Eu tenho muito medo sim, porque comigo já aconteceu da linha agarrar na antena e cortou. Só a gente mesmo sabe, quem tá na pista sabe, como é difícil tá passando por esse momento".
Apelo da vítima: Conscientização e fim do uso do cerol
Ainda se recuperando do trauma, Ana Carolina faz um apelo comovente àqueles que insistem em usar linhas cortantes: "Parem de ficar soltando pipa com linha chilena, porque se pode matar, não é diversão. Tem que ter a consciência de que aquilo pode matar e que não é brincadeira".
O caso de Ana Carolina serve como um lembrete cruel dos perigos do cerol e da necessidade de medidas mais rigorosas para combater o uso desse material. A vida de uma jovem foi colocada em risco por uma brincadeira inocente que se tornou mortal. É preciso que as autoridades e a sociedade se unam para erradicar o cerol e garantir a segurança de todos, especialmente daqueles que circulam pelas ruas em suas motocicletas.