Na sétima tentativa, vereadores do Rio de Janeiro votaram e cassaram as medalhas e honrarias Pedro Ernesto dadas aos irmãos Brazão, nesta terça-feira (11). Nas outras seis votações, os parlamentares esvaziaram as sessões e evitaram participar nos votos.
Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão estão presos desde o fim de março sob a acusação de mandar matar a vereadora Marielle Franco (Psol).
O pedido foi feito pela vereadora Mônica Benício (Psol), viúva de Marielle. Houve tentativas de votar o pedido nos dias 9, 14, 16 e 28 de maio, além de 4 e 6 de junho. Na maioria dos casos houve “fuga” de vereadores na hora da votação.
Na 7ª votação, Câmara revoga medalhas dadas aos irmãos Brazão, presos pela morte de Marielle
Nesta terça, 26 vereadores votaram. Seis deles se abstiveram, enquanto 25 não votaram.
Nos dias anteriores, a vereadora Mônica Benício tentou votar o pedido de cancelamento das medalhas dadas aos irmãos Brazão, mas enfrentou resistência por parte de diversos vereadores que não se posicionaram.
Durante seis anos, Marielle se tornou um símbolo potente. "Quando eu comecei isso, achei que ia ser uma solicitação simbólica pedir a revogação, mas a própria Câmara mostrou o poder da família Brazão nessa cidade", declara a vereadora Mônica Benício.
"Essa Câmara é hoje comprometida com o poder que não é mais paralelo, que é a milícia. E é isso que precisamos derrubar e lutar contra", destaca a parlamentar.
No último dia 7, os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como mandantes do homicídio de Marielle Franco.