Completam-se quatro anos desde a morte do jovem João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 2020. A família do adolescente ainda busca respostas da Justiça e aguarda a decisão da juíza Juliana Bessa Ferraz, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, sobre whether os réus serão julgados por júri popular.
João Pedro foi baleado e morto em 18 de maio de 2020, enquanto brincava em casa com amigos. Segundo a família, policiais chegaram atirando e o adolescente foi atingido por um disparo de fuzil nas costas. Ele foi socorrido de helicóptero, mas não resistiu aos ferimentos
Os três policiais civis envolvidos na operação respondem em liberdade por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e fútil. Eles também foram denunciados por fraude processual.
A família de João Pedro espera que os acusados sejam julgados por um júri popular, quando cidadãos comuns são sorteados para decidir sobre a condenação ou absolvição dos réus. Eles acreditam que essa é a melhor forma de garantir um julgamento justo e imparcial.
Ainda não há data definida para que a juíza Juliana Bessa Ferraz decida sobre o julgamento. A família e os defensores dos direitos humanos cobram celeridade na análise do caso e que a Justiça seja feita.
Em 24 de maio de 2024, a Comissão de Combate às Discriminações da Alerj realizou uma audiência pública para discutir o caso João Pedro. Na ocasião, o deputado Professor Josemar (Psol), presidente da Comissão, cobrou maior celeridade da Justiça e reforçou o desejo da família de um julgamento no Tribunal do Júri.
Na próxima terça-feira (28 de maio de 2024), a Comissão de Combate às Discriminações da Alerj realizará uma nova audiência pública sobre crianças e adolescentes vítimas da violência letal no Estado do Rio de Janeiro. A família de João Pedro estará presente, assim como membros do MP, da Defensoria Pública, da Secretaria de Segurança e da Polícia Civil.
As investigações do caso apontam que a cena do crime foi alterada pelos policiais acusados, na intenção de criar vestígios de um confronto com criminosos. O Ministério Público também concluiu que o tiro que matou João Pedro saiu da arma de um dos policiais.
O principal argumento da defesa dos policiais acusados é de que os agentes só entraram na casa onde estava o jovem porque estavam perseguindo um criminoso, e que houve sim um confronto.
Indenização para a família
Em 2023, o Governo do Estado do Rio de Janeiro foi condenado a pagar uma indenização aos pais de João Pedro. O valor da indenização foi definido em dois terços de um salário-mínimo para o pai e a mãe até a idade que ele completaria 25 anos e depois um terço até a data que o filho completaria 65 anos.
Quatro anos de espera por justiça
A família de João Pedro ainda espera por justiça após quatro anos do crime. Eles clamam por um julgamento justo e que os responsáveis pela morte do adolescente sejam punidos. A comunidade também se mobiliza em prol da memória de João Pedro e cobra respostas das autoridades.