A deputada estadual Lucinha (PSD) será ouvida no dia 4 de junho pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A convocação da parlamentar é mais um passo no processo de cassação que corre contra ela, após investigações da Polícia Federal (PF) a apontarem como braço político da milícia comandada por Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, na Zona Oeste do Rio.
Acusações e defesa
Lucinha é acusada de ter usado seu cargo na Alerj para beneficiar a milícia de Zinho, que atua em sua região eleitoral. A PF a indiciou por suspeita de envolvimento com o grupo paramilitar, acusação que ela nega.
Em abril, os advogados da deputada apresentaram suas alegações de defesa ao Conselho de Ética. O processo corre em sigilo.
O Conselho de Ética da Alerj tem até 120 dias para concluir a investigação. Nesse período, além da deputada, outras testemunhas serão ouvidas e novos documentos podem ser solicitados à PF e ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Ao final da investigação, o Conselho emitirá um parecer sobre o caso. Se for favorável à cassação, o processo seguirá para o plenário da Alerj, que terá a palavra final sobre o futuro da deputada.
O caso Lucinha tramita no Conselho de Ética desde o fim de 2023. Em dezembro, a deputada foi alvo da Operação Batismo, da PF e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que apura sua ligação com Zinho. Na ocasião, ela chegou a ser afastada do cargo.
Apesar de ter sido mantida no cargo pelo plenário da Alerj em fevereiro deste ano, a deputada continuou sendo investigada pelo Conselho de Ética.
Este é o segundo caso de cassação de mandato que tramita no Conselho de Ética da Alerj em 2024. O primeiro caso é do deputado Carlos Alberto Gomes (PT), que é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter agredido uma jornalista.
O atual relator do processo contra Lucinha é o deputado Vinícius Cozzolino (PDT).