A jovem Nívea Ágatha Fernandes, de 24 anos, morreu nesta quarta-feira (8) depois de passar 14 dias internada em um hospital particular da Zona Norte do Rio.
Ela tinha quadro de saúde gravíssimo e estava sob custódia. Nívea era suspeita de participar de roubos com o primo, João Victor Andrade de Oliveira, de 22 anos, e a namorada dele, Yasmin Gomes dos Santos, de 18.
O trio é suspeito de cometer uma série de crimes em São Cristóvão na noite do dia 25 de outubro.
Os jovens estavam em um carro, foram perseguidos por policiais militares e baleados. A Justiça determinou a conversão da prisão em flagrante para preventiva por conta dos indícios de participação nos roubos.
Mas, o juiz Alex Quaresma Ravache justificou que não havia sinal de que o trio atiraria contra os policiais.
A decisão do juiz também citou possíveis inconsistências nos depoimentos dos PMs da Unidade de Polícia Pacificado (UPP) Barreira do Vasco e afirmou que possíveis excessos policiais também terão que ser investigados no caso.
Na ocasião, o delegado plantonista da 17ª DP (São Cristóvão) também prendeu em flagrante os PMs Willian de Castro Valladão, André Luís da Silva Rodrigues e Bruno Batista Gama, que estavam na perseguição, por tentativa de homicídio. A polícia vai analisar as imagens das câmeras dos uniformes dos agentes e também as imagens das câmeras da região.
De acordo com os PMs, a caçada aconteceu após eles terem recebido a informação de que ocupantes de um carro do modelo Cobalt branco teriam roubado celulares em São Cristóvão.
Os militares suspeitaram do veículo Ônix prata onde o trio estava e atiraram, acertando João Victor e Nívea. Yasmin, que está gravida, não se feriu.
João Victor, estava no banco de trás do carro, foi atingido na perna. Já a prima que dirigia o carro foi baleada com dois tiros no tórax, um no pescoço e um no braço.
De acordo com a Polícia Militar, quatro celulares sem chip, uma touca ninja, três relógios e um rádio comunicador foram apreendidos no carro em que estava o trio.
A advogada de Yasmin, Márcia Daflon, no entanto, acredita que o material possa ter sido plantado no interior do veículo. Segundo a Polícia Civil, o carro alvejado pelos agentes foi utilizado em um assalto a um comércio de Itaguaí, na Região Metropolitana há cerca de um mês.
Yasmin não tem anotações criminais, mas João Victor tem 10 anotações por estelionato, furto, formação de quadrilha e extorsão. Ele chegou a ser preso duas vezes, mas deixou a cadeia no fim do ano passado.
Já Nívea Ághata é investigada por envolvimento no roubo em Itaguaí, porque teria emprestado o veículo para o namorado, que o utilizou para assaltar o estabelecimento. O caso está sendo investigado pela 50ª DP (Itaguaí).