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No Cras Pedrinhas, Governo Municipal inicia atividades relacionadas ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Ricardo Alves (de pé, à esq.) e Laís Pinheiro (de verde)O Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que atende ao território do bairro Ped...

Maurício Júnior
Por: Maurício Júnior Fonte: Prefeitura Mun. Vitória da Conquista - BA
05/07/2023 às 21h45
No Cras Pedrinhas, Governo Municipal inicia atividades relacionadas ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
Foto: Reprodução/Prefeitura Mun. Vitória da Conquista - BA
Ricardo Alves (de pé, à esq.) e Laís Pinheiro (de verde)
Ricardo Alves (de pé, à esq.) e Laís Pinheiro (de verde)

O Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que atende ao território do bairro Pedrinhas, sediou, nesta quarta-feira (5), a primeira atividade do ciclo de ações que serão desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), por ocasião do dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Nessa oportunidade, em cumprimento à Lei Federal nº, 12.987/2014, também se celebra a memória da líder quilombola Tereza de Benguela, que, no século 16, liderou durante cerca de vinte anos a resistência contra o governo escravista brasileiro e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo Quariterê, situado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia.

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Na sede do Cras Pedrinhas, a roda de conversa tratou do protagonismo das mulheres negras na sociedade brasileira, com um recorte específico sobre o contexto de Vitória da Conquista – um tema que interessa a todas as pessoas, e que põe na condição de protagonistas os próprios usuários do serviço, já que o Cras Pedrinhas é responsável por um público predominantemente formado por pessoas que se autodeclaram negras e pardas. São mais de 4,6 mil famílias espalhadas pelos bairros Pedrinhas, Alto Maron, Cruzeiro, Petrópolis, Guarani, Centro, São Vicente e Sumaré.

Potencialidades

“Toda oportunidade que a gente tem para conversar com as pessoas sobre as potencialidades que existem no território, é válida para fortalecer, inclusive, o trabalho social que é realizado através dos serviços ofertados pelo Cras”, explicou a gerente do Cras Pedrinhas, Laís Pinheiro.

Laís reforça que, ainda que haja o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, a data especificamente direcionada à mulher negra, no dia 25 de julho, torna-se necessária em razão do racismo estrutural que caracteriza o contexto social brasileiro. “Quando a gente fala da mulher negra, a gente está especificando que existe um movimento para evidenciar e potencializar as ações e a representatividade da mulher negra no nosso território, no nosso bairro, no nosso país, e para o mundo também”, informa a gerente. “Enquanto um agente no território, o Cras utiliza essas ferramentas para potencializar todas essas ações que, inclusive, evidenciam a autoestima da mulher e a representatividade da mulher negra no nosso território e em todos os espaços que ela pode ocupar”, conclui.

Visibilidade

Ações semelhantes, com discussões na mesma linha, serão realizadas em toda a rede socioassistencial do município. “Estaremos mobilizando a sociedade conquistense para um debate sobre o protagonismo da mulher negra. Os avanços, desafios, o papel que essa mulher tem dentro da sociedade conquistense, os espaços de poder que ela ocupa e como estamos enfrentando as questões estruturais que envolvem a mulher negra dentro do nosso contexto”, diz o coordenador de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Ricardo Alves.

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E, no dia 26 de julho, no Centro Integrado de Direitos Humanos (CIDH), haverá homenagens às servidoras negras que atuam na Semdes, com o tema “Mulheres negras que acolhem mulheres negras”. Será uma programação de atividades culturais, incluindo uma palestra sobre autoestima e autocuidado, a cargo da psicóloga Ana Amélia Sobral.

“A gente também tem que ter um olhar para o nosso servidor e para qual é o espaço que essas mulheres ocupam dentro da gestão, o que elas fazem e qual a importância de serem vistas. O intuito maior também é dar visibilidade, porque a gente enfrenta o racismo dando visibilidade aos protagonistas negros e negras”, afirma Ricardo.

Laiz Gonçalves, neta de dona Dôla
Laiz Gonçalves, neta de dona Dôla

“Ato de resistência”

“Para nós, que somos o primeiro quilombo urbano de Vitória da Conquista, é um ato de resistência”, disse Laiz Gonçalves, usuária do Cras Pedrinhas e articuladora do Beco de Dôla. “Estamos resistindo num bairro onde a população toda é negra. Então, falar do julho das pretas é lindo e emocionante para nós, mulheres pretas que vêm dessa realidade que é vivida dentro desse território”, acrescentou Laiz, em frente a um cartaz que trazia retratos de mulheres negras que conseguiram ocupar espaços de visibilidade em diferentes contextos, como a própria Tereza de Benguela, a jornalista Glória Maria (1949-2023), a atriz Ruth de Souza (1921-2019), a socióloga e ativista Marielle Franco (1979-2018) e a avó de Laiz, Maria Petronília – falecida em 2006, conhecida como Vó Dôla, que hoje dá nome àquele que é considerado o primeiro quilombo urbano de Vitória da Conquista.

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